José Barbosa era uma excelente pessoa e ainda melhor cirurgião; deixou uma grande escola de cirurgia no Hospital Distrital de Santarém. As palavras são de João Roque, médico pneumologista que foi companheiro de profissão e de vida de José Barbosa. O seu falecimento, aos 74 anos, vítima de doença prolongada, é uma perda muito grande para a sociedade, diz.
Há alguns anos que José Barbosa sofria de uma grave doença pulmonar, que impedia a captação correcta de oxigénio e o impossibilitava de respirar adequadamente. Recentemente, teve várias patologias cardíacas, nomeadamente um enfarte que o deixou ainda mais limitado. “Durante alguns anos fui seu médico. É com muita emoção que vejo partir um grande homem”, afirma, a O MIRANTE, João Roque.
Conheciam-se desde “cachopos”; os seus pais, José Roque, empresário ligado durante uma vida à Camionagem Ribatejana, e Francisco Barbosa, também ele médico, eram grandes amigos. José Barbosa seguiu as pisadas do pai e foi estudar medicina para Lisboa e fez grande parte da sua formação no Hospital de São José.
Em Santarém ficou conhecido por ser um profissional discreto para quem não conhecia, mas muito “dado” às pessoas, sem fazer qualquer tipo de distinção. “Em muitos anos de relação nunca lhe vi qualquer tique de vedetismo ou sobranceria. Era um homem integro”, vinca. João Roque confidencia ainda que José Barbosa também era conhecido por dar “muitas borlas” aos seus utentes. “Havia muita gente que não podia pagar as consultas, mas ele atendia-os na mesma. Tinha um coração muito grande”, sublinha.
Para além de João Roque, José Barbosa tinha boas relações com vários médicos conhecidos no distrito de Santarém, como Manuel João Gomes e Francisco Rufino. No Jardim Municipal de Rio Maior, de onde a sua família é natural, há uma estátua em homenagem ao seu pai, Francisco Barbosa.