O cancro não dá tréguas aos irmãos Leal
Marta, de 12 anos, e Tomás, de 7, são muito novos na idade mas já veteranos na guerra contra o cancro. A menina viu ser-lhe detectado novo carcinoma quando fazia exames de rotina na clínica em Espanha onde ela e o irmão são acompanhados. As duas crianças de Marinhais vão ter que fazer quimioterapia em simultâneo. O Estado continua sem apoiar e tem valido à família Leal a solidariedade de amigos e sociedade civil.
O desespero voltou a bater à porta da família Leal, de Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos. Depois de Tomás, de 7 anos, ter sido diagnosticado, em Março deste ano, com um terceiro tumor maligno no espaço de três anos, agora aconteceu o mesmo à sua irmã, Marta, de 12 anos. A menina estava na clínica em Pamplona, Espanha, onde os irmãos são acompanhados, quando em exames de rotina, na semana passada, descobriram um novo tumor. Desta vez no braço.
Desde o primeiro tumor de Marta, aos 6 anos, um tumor ósseo maligno no fémur, tudo estava a correr bem com a irmã de Tomás. Assim que tiveram a certeza do novo tumor fizeram uma cirurgia para remover o esticador da perna – colocado depois de ter sido operada à perna para remover o primeiro tumor – e colocar uma nova prótese temporária. Marta Leal regressa a Espanha dentro de duas semanas para começar os tratamentos de quimioterapia.
Os pais não quiseram acreditar quando os médicos lhes deram os resultados. José Luís Leal confessa a O MIRANTE que a situação se torna sufocante. “Quando soubemos do novo tumor do Tomás levamos um murro no estômago. Agora com a Marta não estávamos de todo à espera. A minha filha nunca mais tinha tido sintomas nem qualquer sinal de que aparecesse um novo tumor. Os próprios médicos ficaram surpreendidos”, explica o pai de Marta e Tomás, acrescentando que há que enfrentar o problema e ir à luta.
Tomás teve que fazer uma cirurgia de urgência em Março deste ano depois de ter sido detectado um novo tumor. Agora, tanto Tomás como Marta têm que fazer quimioterapia em Espanha. Os pais, José Luís e Paula Leal, estão desesperados porque os tratamentos, exames, deslocações, dormidas e agora nova operação são todos muito caros e não têm possibilidade de pagar as despesas.
“Das vezes que o Tomás teve que ser operado as despesas rondaram os 100 mil euros. Agora já temos pagamentos em atraso e não sei como vamos fazer”, afirmou José Luís Leal sem esconder o desalento por ver tudo a repetir-se novamente com os dois filhos. Quem quiser ajudar a família de Marta e Tomás Leal a pagar a cirurgia e todos os tratamentos que são necessários pode fazê-lo através do IBAN PT50003507050001624813077.
Esta família de Marinhais não tem qualquer apoio por parte do Estado e as despesas são todas por sua conta. O casal não tem possibilidades financeiras para suportar todos os custos com as deslocações, operações e tratamentos. Tem sido a solidariedade de amigos e sociedade civil que permite a Marta e Tomás conseguirem lutar contra um cancro que, segundo o pai, será genético.
Seis anos a lutar contra o cancro
A luta desta família começou há cerca de seis anos quando Marta, agora com 12 anos, travou uma luta contra um osteossarcoma, um tumor ósseo maligno no fémur de uma das pernas. Após vários tratamentos de quimioterapia no Instituto Português de Oncologia, os médicos disseram que seria necessário amputar a perna para remoção do tumor.
Os pais não aceitaram e foram à procura de alternativas que não implicassem um processo tão doloroso. Encontraram uma clínica em Pamplona que lhes deu esperança. Após uma cirurgia e alguns tratamentos, os resultados confirmaram que 98% do tumor tinha desaparecido e Marta poderia fazer a sua vida normal. O mesmo aconteceu com Tomás. Os médicos em Portugal deram-lhe o mesmo diagnóstico: amputação da perna. Tomás Leal também tem feito todos os tratamentos na clínica em Espanha.