Sociedade | 19-06-2022 18:00

A cerveja de Abrantes, os brinquedos de Mação e um licor secular produzido no Sardoal

Artesãos Lurdes e Agostinho Godinho

Espaço dedicado ao artesanato dá um colorido especial às Festas de Abrantes e este ano dezenas de expositores mostraram e venderam, mais uma vez, os produtos nascidos da sua arte e criatividade.

Carrinhos, espingardas, arcos e espadas e cavalos de pau decoram o espaço de exposição de Agostinho e Lurdes Godinho nas Festas de Abrantes. Naturais de Aboboreira, concelho de Mação, fabricam brinquedos há mais de 40 anos e contribuem para a diversidade de artigos que atraem muitos visitantes ao espaço dedicado ao artesanato e outros produtos nascidos do engenho de gente sábia e criativa.
Agostinho Godinho recorda a O MIRANTE os tempos de escola, em que já gostava de fazer os seus próprios brinquedos. Começou a trabalhar como madeireiro, mas foi a paixão por fazer brinquedos que o arrebatou e acabou por fazer disso vida. O processo é feito, do início ao fim, manualmente pelo casal, desde a plantação das árvores, o corte da madeira até aos acabamentos finais. Apesar de as crianças hoje preferirem brinquedos mais tecnológicos, o artesão diz que vende bastante. Percorre o país de norte a sul, especialmente na altura do Verão, onde as feiras e festas são mais recorrentes.

Rui Reis é mestre cervejeiro
Rui Reis é mestre cervejeiro

Cervejaria Ermida é paragem obrigatória
A banca de Rui Reis é, sem dúvida alguma, uma das mais frequentadas, não fosse ele um mestre cervejeiro e, ainda por cima, abrantino. Ermida dá nome à cerveja que criou em finais de 2012 quando ainda não era muito comum fazer cerveja artesanal em Portugal. Sempre gostou de cerveja e começou a interessar-se pelo processo de fabrico dessa bebida milenar. Fez uma formação e adquiriu o material necessário para começar a produzir em casa, para consumir com a família e amigos. Entretanto começou a ter encomendas e o que era um passatempo passou a ser também um negócio que se viu obrigado a legalizar. Rui Reis é engenheiro alimentar de formação mas dedica mais tempo à produção de cerveja do que à profissão, em que diz só fazer alguns trabalhos de tempos a tempos. Confessa que no início gastou algum dinheiro e errou bastante, mas com a prática fica-se mais próximo da perfeição e conta já com vários tipos de cerveja. A O MIRANTE deu a provar uma lager, leve, pouco encorpada, fresca e excelente para aliviar o calor que se fazia sentir. Não produz mais de 2.500 litros de cerveja por ano e cada tipo de cerveja pode levar entre três semanas a um mês e meio a estar pronto. Conta com mais de 15 receitas em portfólio e vai produzindo diferentes lotes, conforme a altura do ano. No Verão produz cervejas mais leves e refrescantes, enquanto no Inverno aproveita para produzir cervejas mais encorpadas e com mais teor alcoólico.

Óscar Nazaré produz o licor Quinto Império desde 2018
Óscar Nazaré produz o licor Quinto Império desde 2018

De Londres para o Sardoal
Óscar Nazaré é o produtor do licor Quinto Império, uma receita familiar centenária que remonta ao tempo dos descobrimentos, composta por especiarias das ilhas Molucas, do Ceilão e da Índia Portuguesa. O licor começou a ser comercializado por Óscar Nazaré em 2018 depois de ter pedido autorização à família para o fazer uma vez que só produziam para consumo familiar. O ex-banqueiro de investimentos, que chegou a trabalhar em Londres, nasceu em Coimbra, estudou e trabalhou na capital inglesa e depois de comprar uma casa de férias no Sardoal apaixonou-se pela vila ribatejana e mudou-se de armas e bagagens.
Óscar Nazaré é dono de um alojamento local que concilia com a produção e venda do Quinto Império, nome que confessa não ser o primeiro eleito. Armada foi a primeira escolha, mas o nome já estava registado como marca apesar de o licoreiro não se lembrar de nenhum produto com este nome.

Festas regressaram com novidades

As Festas de Abrantes regressaram à cidade após dois anos de interregno devido à pandemia de Covid-19. O certame animou o centro de Abrantes de 9 a 15 de Junho com algumas novidades neste retomar do certame. A abertura oficial contou com a presença do executivo municipal e de algumas dezenas de cidadãos, que acompanharam a comitiva. No discurso de abertura, o presidente da câmara, Manuel Valamatos, relembrou os dois anos de pandemia e as dificuldades que Abrantes atravessou e os ensinamentos que a pandemia trouxe, nomeadamente a necessidade de trabalhar em proximidade institucional e pessoal.
O autarca desejou que as festas deste ano fossem um momento que marque o relançar da actividade no concelho e apresentou ainda as novidades do certame, como as barraquinhas para os artesãos, que não necessitam de ser montadas e desmontadas todos os dias, a introdução de copos reutilizáveis e os novos espaços +família e Abrantes +doce. Além das tradicionais barraquinhas de comes e bebes, foi a feira de artesanato que mais chamou a atenção dos presentes no dia da inauguração das festas.

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