Sociedade | 08-07-2022 21:00

Os Xanecos de Alverca são o abrigo seguro de animais

Marília Duarte é a fundadora da associação Os Xanecos – União de Amigos dos Animais Desprotegidos de Alverca

Marília Duarte é a fundadora da associação Os Xanecos – União de Amigos dos Animais Desprotegidos de Alverca e diz que esta é a sua missão de vida. Além de cuidar dos animais abandonados ainda ajuda, com as rações que são doadas, algumas pessoas que não têm condições financeiras para alimentarem os seus bichos de estimação.

A associação Os Xanecos – União de Amigos dos Animais Desprotegidos de Alverca é uma associação que recolhe e acolhe animais abandonados e em risco desde 2009, um trabalho que requer muita dedicação, sacrifício e carinho pelos animais. Desde que abriu portas a associação já ajudou cerca de mil animais. Marília Duarte, fundadora da associação, 69 anos de idade, revela ter desde muito pequena esta preocupação e carinho especial pelos animais. Conta que perto da sua casa havia muitos animais e que se afeiçoou a uma gata de nome Brigite que tinha sempre as suas ninhadas perto da sua casa.
Marília Duarte foi cuidadora independente de animais durante alguns anos. Só mais tarde, com o apoio do marido e de uma amiga, é que fundou a associação e embarcou naquilo que acredita ser “muito mais do que um gosto ou paixão”, salientando que sente que a sua missão de vida é cuidar dos animais e que o vai fazer até ao final dos seus dias. “Apesar do trabalho ter muitas dificuldades, é um também muito gratificante”, explica.
A associação recebe semanalmente de pessoas amigas, voluntários e grandes superfícies várias doações de comida. Uma parte serve para ajudar outras pessoas que cuidam de animais e famílias que não têm condições monetárias. A maior dificuldade é o pagamento das despesas veterinárias. Cada animal que entra passa por um rigoroso processo antes de entrar em contacto com os restantes. Passam por uma quarentena obrigatória, seguida de exames e análises para avaliar o seu estado de saúde. São ainda esterilizados e castrados como forma de reduzir as ninhadas nos abrigos.
Para prosseguir a sua missão Os Xanecos precisam de apoio e Marília Duarte diz que já se dirigiu à câmara municipal e à junta de freguesia e que já entregou os documentos que lhe pedem, mas ainda não conseguiu. “Estou muitas vezes com a corda no pescoço, sem saber como é que vou pagar as contas do veterinário. Mas não consigo deixar de dar o tratamento que eles precisam porque depois se lhes acontece alguma coisa sofro muito”, revela, mostrando-se agradecida com a ajuda que o Centro Veterinário de Alverca lhe tem dado.
A fundadora da associação considera que é importante haver projectos e eventos de sensibilização para dar a conhecer o tipo de trabalho da associação, mas também de todos os cuidadores de animais. Reconhece que em relação aos cuidadores de colónias municipais a câmara municipal tem feito um bom trabalho, mas refere que é preciso que as pessoas que não gostam não impeçam o trabalho, revelando que alguns cuidadores às vezes encontram os seus animais envenenados.
O abandono de animais, diz, deve-se essencialmente a separações e divórcios, a alergias e a mudanças de casa e há quem vá à associação entregar os seus animais fingindo que os encontraram na rua. A associação tem um processo rigoroso para as adopções, que passa por uma entrevista às pessoas que querem o animal, o pedido de comprovativos de morada e contactos e a assinatura de um acordo que permite à associação ir ver as condições que os animais têm.
A associação tem duas dezenas de voluntários que a ajudam diariamente a cuidar dos animais e cerca de 200 sócios, mas a fundadora admite que a maioria não paga as quotas há anos.

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