Sociedade | 13-07-2022 12:00

É preciso dizer basta à falta de investimento público na região

Ricardo Gonçalves diz que o investimento público vai sempre para os mesmos lados

Presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, critica opções de quem gere o Plano de Recuperação e Resiliência e outros programas de financiamento, dizendo que o dinheiro vai sempre para os mesmos lados. E exorta autarcas da região a serem mais assertivos nas reivindicações.

O presidente da Câmara de Santarém deixou fortes críticas ao Governo pela falta de investimento público na região e diz que é urgente dizer basta e alterar o actual estado de coisas, que faz com que a Lezíria do Tejo e o Médio Tejo sejam das sub-regiões com piores indicadores económicos do país. “Acho que devemos começar a fazer como as juntas de freguesia fazem. As juntas, quando levam o presidente da câmara ou os vereadores aos seus territórios, mostram-lhes o que falta fazer. E nós, os autarcas do distrito de Santarém, temos que começar a chamar o senhor primeiro-ministro, os senhores ministros e o senhor Presidente da República para lhes mostrar o que falta fazer, e não trazê-los cá para inaugurações e para mostrar coisas que estão bem feitas”, disse Ricardo Gonçalves na última reunião do executivo camarário.
O autarca do PSD deixou essas considerações na resposta ao vereador do Chega, Pedro Frazão, que perguntou como estava o processo do parque industrial e tecnológico em Santarém, que o PSD tinha plasmado no seu programa eleitoral. Ricardo Gonçalves referiu que o projecto foi candidatado a financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas acabou por ficar fora dos eleitos. Entre os cerca de vinte parceiros desse projecto estavam instituições como a Universidade Nova e o Instituto Politécnico de Santarém.
“Era um projecto bastante robusto, a candidatura estava bem feita e bem direccionada, mas infelizmente a questão do PRR é complicada”, disse, acrescentando que não percebe porque é que há muitas candidaturas que ficam pelo caminho. “Continuo sem perceber porque é que não há essa diferenciação para uma das zonas do país que está pior a nível de rácios. O investimento vai sempre para os mesmos lados”, declarou Ricardo Gonçalves, lamentando que os autarcas não estejam a ser informados sobre o andamento da execução do PRR para “saber onde chega, a quem chega e que critérios de equidade estão a ser estabelecidos no país”.
“Chegámos a um limite, temos que dizer um basta, as coisas têm que mudar. E a alteração é com investimento público. O investimento público é que tem de nos levar a ter aquilo que é um efeito multiplicador acelerador do investimento. E neste momento necessitamos disso e continuamos a trabalhar nessa matéria”, concluiu Ricardo Gonçalves.

Muita promessa, pouca acção

Recorde-se que Santarém e a região não têm tido muitos investimentos públicos de vulto na última década havendo diversos projectos estruturantes prometidos há muitos anos que teimam em não sair do papel, como a conclusão do IC3 entre Almeirim e Barquinha (com nova ponte sobre o Tejo), a variante ferroviária a Santarém, a conclusão do IC10 entre Santarém, Coruche e Montemor-o-Novo ou a conclusão do IC9 com ligação de Abrantes a Ponte de Sôr, incluindo uma nova ponte sobre o Tejo entre Constância e Abrantes.

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