Ourém descarta obras na pista de Pias Longas para receber voos comerciais
Vereadora da oposição sugeriu que município avançasse com a criação do futuro aeródromo de Ourém, mas o presidente do município afasta esse cenário justificando que seriam necessários milhões de euros de investimento.
A vereadora socialista na Câmara de Ourém sugeriu que a maioria PSD/CDS que gere o município avance com a conclusão do futuro aeródromo de Ourém e coloque o município na rota dos “concelhos dinâmicos e desenvolvidos do país”, afirmou em sessão camarária. No entanto, o presidente da autarquia, Luís Albuquerque, descartou essa possibilidade, por razões financeiras.
Cília Seixo recordou que a pista de Pias Longas tem actualmente 800 metros em terra batida e é propriedade da Junta de Freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias. Além disso, possui um edifício preparado para torre de controlo e duas salas de ‘check-in’, que é propriedade da Associação dos Pias Longas. A eleita socialista refere que o concelho possui uma infra-estrutura já construída e que, com um aumento de cerca de 200 metros, alcatroamento e preparação das faixas laterais pode obter a certificação da Autoridade Nacional de Aviação Civil.
Esta certificação poderia permitir receber voos comerciais e organizar operações aeronáuticas cumprindo todos os protocolos de segurança e transformar-se no aeródromo de Ourém, sublinhou Cília Seixo, defendendo que a existência de um aeródromo de classe dois permitiria “operar aviões até 30 lugares, o que num concelho com cerca de seis milhões de turistas anuais faz todo o sentido. Também poderia servir para transportar mercadorias e matérias-primas, com benefícios para o sector industrial e comercial local”, acrescentou.
A vereadora socialista alega que existem empresas de aviação comercial a operar nos vários aeródromos do país e que estão interessadas em novas rotas. “A pista do Pias Longas oferece essa possibilidade para servir não só Ourém mas também os concelhos vizinhos da sub-região do Médio Tejo. Além disso, poderia servir o sector industrial, comercial e turístico de Ourém e Fátima, dada a sua proximidade ao IC9 e A1”, acrescentou.
O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, foi peremptório ao pedir à vereadora que lhe arranje financiamento. “Dois milhões de euros não chegam para concluir a obra. Já oiço falar nesse projecto há cerca de oito anos e era preciso gastar muito dinheiro para manter a gestão de uma infra-estrutura que não é de todo rentável”, afirmou. O autarca recordou que, há cerca de um ano, a empresa de aviação Seven Air esteve no terreno, mas a intenção era utilizar a pista para a área da protecção civil. “Em relação à aviação comercial, as rotas são concessionadas pelo Governo por um determinado número de anos e o município não se pode envolver nisso. Não somos vistos nem achados no assunto”, realçou.