Edição Semanal. Fabrioleo sob vigilância para acabar com furtos que causaram derrames poluentes
Município exigiu ao administrador de insolvência a vigilância permanente da fábrica de óleos vegetais. Último furto deu origem a um derrame de líquidos tóxicos para a linha de água.
A Fabrioleo, fábrica desactivada de reciclagem de óleos vegetais, localizada em Carreiro da Areia, no concelho de Torres Novas, vai passar a ter vigilância 24 horas por dia com o objectivo de acabar com os furtos de componentes dos depósitos que têm estado na origem de vários derrames poluentes. A novidade foi deixada na última reunião do executivo municipal pelo vereador na Câmara de Torres Novas, João Trindade, que acrescentou que o serviço vai ser adjudicado pelo administrador de insolvência da empresa a pedido do município.
De acordo com João Trindade, que tem o pelouro do Ambiente, há “claros indícios da existência de furtos de acessórios” como tubagens e peças metálicas dos depósitos da Fabrioleo que estarão na origem dos consecutivos derrames para a via pública e linha de água, como aconteceu na segunda-feira, 11 de Julho. Este último derrame, explicou, terá resultado de um furto de materiais num dos depósitos da parte inferior da fábrica e levou a uma rápida intervenção dos serviços municipais que, numa tentativa de travar os líquidos poluentes, colocaram no curso de água uma barreira feita em pó de pedra.
João Trindade adiantou ainda que o orçamento para a remoção da ETAR da fábrica está nas mãos do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que tem agora a responsabilidade de o aprovar ou não. Recorde-se que, segundo informação prestada pelo presidente do município, Pedro Ferreira, estes trabalhos ascendem a cerca de um milhão de euros.
Relativamente ao restante passivo ambiental que se encontra na parte de cima da fábrica, o vereador disse que a autarquia tem pressionado o administrador de insolvência para que seja efectuado o encaminhamento dos efluentes. O movimento Basta, que denuncia há sete anos os perigos ambientais provenientes da Fabrioleo, tem vindo, desde o encerramento da fábrica, a alertar para os derrames e tentativas de entrada naquelas instalações criticando a “incapacidade e incompetência” da Agência Portuguesa do Ambiente e do administrador de insolvência.