Bernardo Santareno, escritor e dramaturgo português, natural de Santarém, faleceu há 42 anos.  A cidade de Santarém foi o palco de quase toda a sua vida, fez a escola primária e estudou no Liceu Sá da Bandeira. Foi aluno do curso preparatório na Universidade de Lisboa para a Faculdade de Medicina e, no ano de 1945, mudou-se para a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em medicina psiquiátrica. 

Distinguido como o mais influente dramaturgo português do século XX, as suas peças abordavam temáticas como a reivindicação, a homossexualidade, direitos e liberdades individuais diante dos preconceitos morais e sociais da época, nomeadamente o adultério, a virgindade e o papel desempenhado pela mulher no casamento. 

A homossexualidade desempenha papel central no drama de algumas das suas obras, como em “O pecado de João Agonia” ou em “Vida Breve em Três Fotografias”, em que prostituição masculina é o foco principal. 

Depois da revolução de 1974 militou activamente no partido MDP/CDE e no Movimento Unitário dos Trabalhadores Intelectuais. Bernardo Santareno foi distinguido duas vezes com o Prémios Bordalo, o Óscar da Imprensa 1962 e o Prémio Imprensa 1963. 

A sua obra dramática completa está publicada em quatro volumes. Parte do espólio de Bernardo Santareno encontra-se no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional de Portugal.