Sociedade | 03-09-2022 15:00

Irmãos de Marinhais travam luta desigual contra o cancro

Tomás Leal, de 7 anos, operado ao quarto tumor, desta vez no pulmão e a irmã Marta, de 12 anos, tem pela frente três ciclos de quimioterapia. fotoDR

Marta, de 12 anos, e Tomás, de 7, são muito novos na idade mas já veteranos na guerra contra o cancro. Tomás foi operado a um quarto tumor, desta vez no pulmão, enquanto a irmã estava na sala de operações a retirar um carcinoma no braço. A menina viu ser-lhe detectado novo tumor quando fazia…

Marta, de 12 anos, e Tomás, de 7, são muito novos na idade mas já veteranos na guerra contra o cancro. Tomás foi operado a um quarto tumor, desta vez no pulmão, enquanto a irmã estava na sala de operações a retirar um carcinoma no braço. A menina viu ser-lhe detectado novo tumor quando fazia exames de rotina na clínica em Espanha onde ela e o irmão são acompanhados. O Estado continua sem apoiar e tem valido à família Leal a solidariedade de amigos e sociedade civil.

O desespero e a angústia insistem em bater à porta da família Leal, de Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos. No início de Agosto, durante a operação de Marta para retirar o tumor que surgiu no braço, os exames de rotina a Tomás mostraram que o menino, de sete anos, tinha um novo tumor no pulmão. O pai das crianças, José Luís Leal, que estava a acompanhá-los na clínica em Pamplona, Espanha, confessa estar desesperado. “Não consigo descrever em palavras o sentimento que é ter um filho no bloco operatório e levar com uma notícia destas ao mesmo tempo. É tudo muito difícil, nem temos tempo para respirar”, afirma a O MIRANTE.
Tomás Leal foi operado de urgência e a família regressou a Marinhais para recuperem das cirurgias. Marta vai ter que fazer três ciclos de quimioterapia que começam quando recuperar da cirurgia. Os médicos ainda estão a definir o novo plano de tratamento de Tomás.
Desde o primeiro tumor, aos 6 anos, um cancro ósseo maligno no fémur, que os exames de rotina de Marta davam resultados normais e a menina estava a recuperar bem. Marta estava na clínica em Pamplona, quando em exames de rotina, em Abril deste ano, descobriram um novo tumor, desta vez no braço. Assim que tiveram a certeza do novo tumor fizeram uma cirurgia para remover o esticador da perna – colocado depois de ter sido operada à perna para remover o primeiro tumor – e colocar uma nova prótese temporária.
Os pais não quiseram acreditar quando os médicos lhes deram os resultados. José Luís Leal confessa a O MIRANTE que a situação se torna sufocante. “Quando soubemos do novo tumor do Tomás levamos um murro no estômago. Agora com a Marta não estávamos de todo à espera. A minha filha nunca mais tinha tido sintomas nem qualquer sinal de que aparecesse um novo tumor. Os próprios médicos ficaram surpreendidos”, explicou, acrescentando que há que enfrentar o problema, ir à luta e nunca baixar os braços.


Família precisa de ajuda para tratamentos
Tomás teve que fazer uma cirurgia de urgência em Março deste ano depois de ter sido detectado um terceiro tumor. Agora, no final de Julho, foi detectado novo tumor, desta vez no pulmão, tendo sido logo operado. Tomás e Marta têm que fazer quimioterapia em Espanha. Os pais, José Luís e Paula Leal, estão desesperados porque os tratamentos, exames, deslocações, dormidas e agora nova operação são todos muito caros e não têm possibilidade de pagar as despesas. “Das vezes que o Tomás teve que ser operado as despesas rondaram os 100 mil euros. Agora já temos pagamentos em atraso e não sei como vamos fazer”, afirmou José Luís Leal sem esconder o desalento por ver tudo a repetir-se novamente com os dois filhos.
Quem quiser ajudar a família a pagar a cirurgia e todos os tratamentos que são necessários pode fazê-lo através do IBAN PT50003507050001624813077. A família de Marinhais não tem qualquer apoio por parte do Estado e as despesas são todas por sua conta. O casal não tem possibilidades financeiras para suportar todos os custos com as deslocações, operações e tratamentos. Tem sido a solidariedade de amigos e sociedade civil que permite a Marta e Tomás conseguirem lutar contra um cancro que, segundo o pai, é genético.

Seis anos a lutar contra o cancro

A luta desta família começou há cerca de seis anos quando Marta, agora com 12 anos, travou uma luta contra um osteossarcoma, um tumor ósseo maligno no fémur de uma das pernas. Após vários tratamentos de quimioterapia no Instituto Português de Oncologia os médicos disseram que seria necessário amputar a perna para remoção do tumor. Os pais não aceitaram e foram à procura de alternativas que não implicassem um processo tão doloroso.
Encontraram uma clínica em Pamplona que lhes deu esperança. Após uma cirurgia e alguns tratamentos, os resultados confirmaram que 98% do tumor tinha desaparecido e Marta poderia fazer a sua vida normal. O mesmo aconteceu com Tomás. Os médicos em Portugal deram-lhe o mesmo diagnóstico: amputação da perna. Tomás Leal também tem feito todos os tratamentos na clínica em Espanha.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo