O comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja lançou um apelo à câmara municipal, para que inclua no orçamento para 2023 a verba necessária para a aquisição de um veículo de desencarceramento pela corporação. Ricardo Correia, que usava da palavra na última sessão da assembleia municipal, lembrou a promessa por cumprir feita pela Câmara de Azambuja no anterior mandato, presidido por Luís de Sousa, da transferência de uma verba no valor de 220 mil euros. Um montante igual ao apoio que tinha sido dado aos Bombeiros de Alcoentre para a compra de um veículo urbano de combate a incêndios.
O veículo de desencarceramento dos Bombeiros de Azambuja, lembrou o comandante, “tem 27 anos e encontra-se obsoleto”, o que se traduz “em menos segurança e menos capacidade” de resposta no socorro à população. Só no ano de 2022, deu como exemplo, a viatura esteve “mais de 60 dias inoperacional por avarias graves”, obrigando os bombeiros a terem que colocar o material utilizado no desencarceramento de vítimas em cima de uma carrinha de caixa aberta e “a fazerem o socorro como se faria nos anos 80, o que já não é compatível com o grau de exigência” actual.
Reforçando a necessidade da compra de uma nova viatura, Ricardo Correia informou ainda que os Bombeiros de Azambuja respondem a metade das ocorrências registadas no concelho, que até Outubro foram mais de três mil e das quais 63 dizem respeito a acidentes de viação. Um número que, sublinhou, é igual ao que registaram no ano anterior e que, se comparado a 2020, é “largamente” superior. “Estamos a ter uma cada vez maior resposta a acidentes de viação, o que vai agravar a necessidade de substituição do veículo de desencarceramento”, sustentou, depois de lembrar que o crescimento da indústria que se tem verificado no concelho aumenta o tráfego e, por sua vez, o risco de acidentes.
Em resposta à intervenção, o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, recordou que está a decorrer uma campanha de angariação de fundos para a compra do veículo de desencarceramento que envolve as empresas localizadas no concelho. E disse ter intenção de incluir no orçamento municipal para 2023 a verba reclamada. “Havia compromissos e os compromissos são para se respeitar. Penso que estão reunidas as condições”, disse.