Enfermeiros apertam o cerco à administração do Hospital de Vila Franca de Xira
Os enfermeiros do Hospital de vila Franca de Xira estão a perder a paciência. Exigem melhores condições laborais e a urgente integração dos profissionais num horário de 35 horas que não está a ser cumprido.
É inadmissível que a administração do Hospital de Vila Franca de Xira ainda não tenha adoptado horários de 35 horas semanais naquela unidade e esteja a agir à revelia do que é praticado no Serviço Nacional de Saúde, forçando os profissionais a trabalhar 40 horas semanais. A crítica é deixada a O MIRANTE por mais um sindicato afecto aos enfermeiros que prestam serviço naquela unidade, o SINDEPOR – Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal. O sindicato esteve reunido com responsáveis do hospital e insistiu “na urgência de serem adoptados” os horários semanais de 35 horas, prometidos aquando da passagem da unidade de saúde do regime de parceria público-privada (PPP) para a gestão pública.
A administração do hospital voltou a sacudir a culpa da situação para o secretário de Estado do Tesouro, João Nuno Mendes, de quem disseram precisar de permissão para adoptar o horário de 35 horas semanais. “Inclusive, os dirigentes do hospital esperam que esta alteração chegue o mais depressa possível para que possam apresentar a atractividade necessária e as melhores condições para oferecer a novos colaboradores”, refere o SINDEPOR em comunicado.
O sindicato abordou a necessidade de ser desenvolvido um regulamento interno que deverá ser implementado em 180 dias e enviado aos sindicatos do sector, e ainda o acréscimo de um dia de férias por cada 10 anos de serviço para todos os enfermeiros, folga no dia de aniversário e uma atenção particular nas festividades, permitindo o gozo de uma das épocas no Natal e Ano Novo, e melhores condições formativas dentro e fora da instituição.
Há poucos meses, recorde-se, mais de três dezenas de enfermeiros do hospital pediram escusa de responsabilidade por dizerem não conseguir dar resposta a todas as solicitações. Em Setembro, os enfermeiros do hospital, por iniciativa do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), já tinham entregue um abaixo-assinado com três centenas de assinaturas exigindo a contratação urgente de mais profissionais e a implementação das 35 horas semanais de trabalho. De acordo com os profissionais, o hospital ainda não subscreveu os dois Instrumentos de Regulamentação de Contrato de Trabalho (IRCT) acordados entre o SEP e as entidades públicas empresariais.