Leilão para venda de hotel no Cartaxo sem interessados
Cabe à comissão de credores decidir agora se avança para uma nova fase de venda do direito de superfície do Hotel da Quinta das Pratas, no Cartaxo.
O leilão do direito de superfície do Hotel da Quinta das Pratas, no Cartaxo, declarado insolvente em 2014, ficou deserto, cabendo à comissão de credores decidir agora se avança para uma nova fase de venda, disse fonte do processo. Em resposta escrita à Lusa, o administrador de insolvência da Oliveira e Baião – Hotelaria e Turismo, Wilson Mendes, afirmou que não foram apresentadas quaisquer propostas de aquisição no leilão ‘online’ que decorreu até às 16h00 de 26 de Outubro.
“Neste momento, encontra-se o administrador de insolvência a ponderar, junto da Comissão de Credores nomeada no processo, o eventual prosseguimento da liquidação para uma nova fase de venda, cujos termos ainda se encontram por definir”, lê-se na resposta. O leilão tinha um valor base de licitação de 2.140.025 euros e mínimo de 1,8 milhões de euros.
O equipamento, instalado no complexo municipal da Quinta das Pratas, possui um direito de superfície, concedido pela Câmara do Cartaxo em 1998, por 70 anos, sendo a única unidade hoteleira existente na cidade.
Depois da declaração da insolvência, em 2014, o processo, que corre no Tribunal do Comércio de Santarém, foi alvo de sucessivos recursos a instâncias superiores e de resistência na entrega do equipamento ao administrador de insolvência, o qual teve de recorrer às forças policiais para a posse efetiva do espaço.
Entre os credores contam-se o Instituto de Turismo de Portugal, que reclama um crédito de perto de 2,5 milhões de euros (77%), o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (412,6 mil euros), a Autoridade Tributária (187 mil euros), entre outros, nomeadamente algumas pessoas singulares, incluindo trabalhadores, num total de 3.218.271 euros de massa insolvente.
O edifício, instalado num terreno com 4 mil metros quadrados, possui três pisos, dois dos quais com 15 quartos cada, recepção, bar, restaurante, cave com quartos para o pessoal e manutenção e uma sala ampla que a sociedade exploradora, Oliveira e Baião – Hotelaria e Turismo, cedeu para ginásio e discoteca. Além do equipamento, em direito de superfície, o leilão incluía bens e equipamentos avaliados em 15 mil euros e uma viatura.
O presidente da Câmara do Cartaxo, João Heitor (PSD), disse à Lusa que o equipamento “tem uma importância enorme” para o concelho, colocando o município como condição que mantenha a mesma funcionalidade.