Edição Semanal. Vila Franca de Xira suspende orçamento participativo para cortar nas despesas
Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira admite que o aperto nas contas da autarquia vai obrigar a carregar no botão de pausa do orçamento participativo.
No próximo ano não haverá orçamento participativo em Vila Franca de Xira. A novidade foi deixada pelo presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, durante a discussão da quinta alteração ao orçamento que foi discutida e aprovada em reunião de câmara. Em causa está um milhão de euros que habitualmente era distribuído em projectos apresentados e escolhidos pela comunidade e por projectos apresentados pelo movimento associativo. Um sinal, diz a oposição, de que as contas da câmara estão a apertar bem mais que o previsto.
O presidente da câmara há muito que defendia uma reflexão colectiva sobre o rumo a dar ao orçamento participativo e o seu modelo de funcionamento e diz que o próximo ano será uma boa altura para o fazer. “Tivemos dois constrangimentos: um de ordem prática com os serviços em 2021 por causa da pandemia, em que estiveram condicionados na análise das propostas e outro, já este ano, com o aumento do valor das empreitadas, o que dificultou o trabalho dos serviços”, explica. O autarca diz que não tendo sido possível analisar as 274 propostas apresentadas no ano passado só agora em 2022 irão submeter as propostas a concurso. “Depois do processo de votação que virá este ano já não vão caber no próximo ano. Não tendo sido possível em 2021 fazer essa análise só agora em 2022 teremos condições para fechar o concurso”, explicou.
O vereador David Pato Ferreira, da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), criticou a medida e mostrou-se disponível para dar contributos na futura revisão do modelo do orçamento participativo.
Mais um milhão de despesa
Pela quinta vez, no espaço de um ano, Vila Franca de Xira voltou a mexer no orçamento, desta vez para reforçar a rubrica da despesa em um milhão e 225 mil euros. É um valor que visa, sobretudo, dar resposta ao aumento de preço das empreitadas em curso como as das escolas básicas de Alhandra e Vialonga (mais 168 mil euros), a obra de arruamentos, saneamento e abastecimento de águas no Casal do Cabreiro e da Carcaça (mais 100 mil euros) e o reforço da rubrica para combustíveis, com mais 155 mil euros. Foram também introduzidas duas novas despesas: a compra de equipamentos para o Centro Cultural do Bom Sucesso (120 mil euros) e a compra de um terreno no Adarse, Alverca, por 160 mil euros.