Reparação de emissário de esgotos em Constância fica mais cara
A conduta que canaliza os esgotos domésticos de Constância para a ETAR da fábrica do Caima partiu-se a meio e os efluentes continuam a ser despejados sem tratamento no rio Tejo. Obras pretendem resolver o problema mas o preço aumentou 10% para lá do previsto.
A requalificação do emissário que canaliza os esgotos domésticos da vila de Constância para a estação de tratamento de águas residuais (ETAR) da fábrica do Caima vai custar mais 20 mil euros (acrescidos de IVA) à Câmara de Constância, em resultado da revisão de preços recentemente aprovada pelo executivo municipal.
A empreitada foi adjudicada por 184 mil euros mais IVA à empresa Toupeira Verde, que requereu uma revisão de preços alegando a necessidade de executar alguns trabalhos cuja espécie ou quantidade não estava prevista no contrato e que são essenciais para a conclusão da intervenção. O executivo aceitou a proposta de revisão de preços apresentada pela empresa, no valor de 19.913 euros mais IVA, tendo em conta a que a necessidade de execução dos trabalhos em causa só poderia ser detectada no decurso da obra.
O emissário que transporta os esgotos da vila para a ETAR da fábrica de pasta de papel do Caima partiu-se ao meio há vários anos, o que faz com que os efluentes domésticos da vila estejam a descarregar directamente para o rio Tejo, junto à confluência com o rio Zêzere. Um péssimo bilhete postal numa terra que tem nos seus rios um dos principais cartazes turísticos e que no último Verão até inaugurou uma praia fluvial no Zêzere.
Tal como o presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira, já havia dito a MIRANTE em Junho último, o sistema de tratamento de esgotos que está actualmente em funcionamento é unicamente o de decantação. Ou seja, os sólidos ficam depositados no fundo do poço da estação elevatória, existe uma filtragem natural, e apenas são libertados os líquidos depois da referida filtragem. Com a reparação do emissário esta situação será eliminada.
Na reunião de câmara onde a revisão de preços foi aprovada o vereador da CDU Rui Ferreira, que substituiu a vereadora Manuela Arsénio, deixou algumas críticas e perguntou se a empresa projectista não tem responsabilidades no sucedido e se não deveria assumir parte dos encargos. Perguntou ainda se “tendo em conta que o comprimento inicialmente previsto era de 60 metros e agora passou a uma extensão total de 103 metros, mais 43 metros, questiona-se qual a razão que os estudos geológicos não detectaram tal necessidade?”.
Tendo em conta a importância da empreitada, que se pensa vir a eliminar de vez o problema dos esgotos domésticos da vila, a oposição CDU alinhou no voto favorável com a maioria PS.