Sociedade | 17-11-2022 12:00

O cronista de Ourém que não poupa os políticos

O cronista de Ourém que não poupa os políticos
Jorge Perfeito é advogado, embora só exerça em causa própria, e é conhecido por acusar a classe política do concelho de Ourém

Jorge Perfeito fala sem rodeios e acusa o poder político do concelho de ser submisso aos negócios que envolvem sobretudo as pedreiras

Jorge Perfeito tem 62 anos, é advogado, embora só exerça em causa própria. Confessa não ter fé, mas respeita todas as religiões. Admite que o Santuário de Fátima é um negócio, sobretudo para os habitantes da freguesia. Sobre se é um negócio para a Igreja prefere não responder. “Não vou cometer essa deselegância. O Santuário de Fátima é uma fábrica, tem lojas e negócios. Fátima é um reduto muito conservador e até retrógrado da Igreja, que este Papa está a combater. Não há ninguém que não goste do Papa Francisco, até o mais ateu, como eu.

Jorge Perfeito tem um espaço de opinião no jornal "Notícias de Fátima", onde não poupa críticas e acusações ao poder político de Ourém. Nesta entrevista a O MIRANTE fala sem rodeios e acusa o poder político do concelho de ser submisso aos negócios que envolvem sobretudo as pedreiras, que considera ser o maior crime ambiental da zona centro. Acusa Natálio Reis de ter feito apenas um ano do actual mandato como vice-presidente da Câmara de Ourém para agilizar procedimentos que o beneficiam e garante que o presidente da Junta de Fátima, Humberto Silva, é um pau mandado do ex-vice do município.

Aqui fica um excerto da entrevista que pode ler na íntegra na edição semanal em papel desta quinta-feira, 17 de Novembro:

Tem atacado muito o ex-vereador Natálio Reis. Acusa-o de irregularidades e ilegalidades. Que situações são essas?

Natálio Reis, enquanto foi presidente da Junta de Freguesia de Fátima e depois como vice-presidente da Câmara de Ourém durante cinco anos, tem fechado os olhos a tudo, sobretudo aos negócios das pedreiras. Esteve estes anos no município para agilizar procedimentos que o beneficiam. Natálio Reis deixou passar muita coisa em relação às pedreiras e não só.

Fechou os olhos porquê?

Porque tem outros interesses. Teve interesse em agilizar procedimentos para ser beneficiado através do Plano Director Municipal [PDM] e os Planos de Pormenor de Fátima e de Ourém. O empreendimento que tem em Fátima só agora vai ser completamente legalizado. Está numa zona de Reserva Agrícola Nacional onde não podia construir o que lá tem, mas nunca ninguém o incomodou durante 20 anos. Esteve na junta de freguesia sempre a mexer os cordelinhos, mas percebeu que para conseguir o que pretendia tinha que ir para a câmara. Através da revisão do PDM conseguiu que aquela zona fosse revista para apresentar projecto e legalizar o seu espaço.

O Plano de Urbanização de Fátima vai beneficiá-lo?

O plano foi feito à medida do que ele e mais algumas pessoas necessitam. Natálio Reis tem uma área de terreno muito grande em Fátima onde pretende construir um hotel. Só que não era permitida a construção e agora vai ser permitida. Um plano de urbanização tem que contemplar zonas verdes, arruamentos, passeios, parque escolar, edifícios públicos e este não tem nada disso. O plano privilegia quase em exclusivo os interesses dos proprietários dos terrenos.

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