Sociedade | 20-11-2022 12:23

Pedida a demissão da ministra da agricultura devido à extinção dos serviços regionais

Maria do Céu Antunes

Associação denuncia ainda grande concentração de poderes em preparação.

A Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE) criticou hoje a extinção dos serviços regionais do ministério da Agricultura, considerando que é “um passo irreversível” e pediu a demissão da ministra da tutela.

A associação questiona, em comunicado, “a medida abusiva, antidemocrática e absolutamente inaceitável agora anunciada pelo Governo”, no sentido de extinguir os serviços regionais do Ministério da Agricultura no continente e os centralizar nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).
A associação alerta que, “sem ter recursos em cada região, como agora surpreendentemente se anuncia, o Ministério da Agricultura ficará limitado a ser um gigante burocrático e ineficaz no Terreiro do Paço (rigorosamente, pois é aí a sua sede), sem conhecimento real do que se passa em cada região”.
“Sendo certo que a Agricultura é um eixo essencial da economia nacional e nomeadamente na ocupação produtiva do território e no combate à desertificação do interior, vemos com a maior preocupação que o Ministério esteja a ser desmantelado e esvaziado passo a passo, nas mãos de uma Ministra politicamente irrelevante, que não é reconhecida pelo setor nem pelos seus pares e cuja manutenção naquele lugar representa um enorme erro de casting por parte do primeiro-ministro”, critica.
Nesse sentido, a associação reclama “a substituição urgente” da ministra Maria do Céu Antunes por “alguém com conhecimento do setor, que o setor respeite e com peso político, que tutele, não um Ministério enfraquecido, sem estratégia e sem rumo, mas sim um novo Ministério da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural”.
Destaca ainda que as Direções Regionais de Agricultura cumprem "funções essenciais", de atendimento e apoio a milhares de produtores, de promoção do conhecimento específico a cada realidade regional, de gestão de fundos de apoio à Agricultura, entre muitas outras.
Para a associação representativa de dezenas de empresas produtoras e exportadoras de vinhos e bebidas espirituosas nas principais regiões demarcadas do país, estes serviços regionais cumprem também “uma função fundamental e que agora se extingue”, que é fazer chegar ao ministério “o sentir e os problemas específicos de cada região”.
A ANCEVE diz ainda ter conhecimento que “se prepara um pacote de concentração de poderes, atualmente em estudo no ministério, que significará que as CCDR irão receber serviços sem competência alguma de relevo”.

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