Sociedade | 22-11-2022 07:00

Moradores de Alverca enchem salão nobre para dizer não à união com o Sobralinho

Moradores de Alverca enchem salão nobre para dizer não à união com o Sobralinho
Salão nobre da Junta de Alverca encheu-se de populares para assistir à primeira auscultação pública sobre a desagregação das freguesias

Primeira auscultação popular promovida pela Assembleia de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho encheu o pequeno salão nobre da junta de freguesia. Assembleia discute e vota o rumo a seguir no dia 24 de Novembro.

Está agendada para 24 de Novembro, em local e hora ainda a definir, a assembleia de freguesia onde será discutida e submetida a votação a proposta de início do processo de desagregação da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho.
Na noite de 10 de Novembro meia centena de moradores encheu o pequeno salão nobre da Junta de Alverca para assistir à primeira consulta popular promovida pela assembleia de freguesia. Uma dezena de populares usou da palavra e a maioria mostrou-se contra a união de freguesias considerando que dela resultaram perdas efectivas para a qualidade de vida das populações, incluindo um afastamento dos poderes políticos, maiores problemas na limpeza e higiene urbana e dificuldades no acesso a serviços da junta. “O que se pretende da junta é uma política de proximidade e isso não é possível numa freguesia com esta dimensão, onde a junta não consegue chegar a todo o lado”, considerou Fausto Rosa, morador do Bom Sucesso.
A identidade e história única de cada uma das freguesias foi também um dos argumentos usados com os moradores a lembrarem que as duas localidades estarão sempre unidas mas separadas administrativamente. “Somos uma freguesia grande e não há contacto com o presidente da junta. Ele nunca se vê. Estamos a dispersar a limpeza, que é péssima, e acabámos com tudo o que era bom nesta cidade. Somos hoje o parente pobre de Vila Franca de Xira”, criticou Luísa Bastos, moradora.
Quem usou da palavra foi também o alverquense Fernando Neves Carvalho, um dos fundadores do antigo movimento cívico Xiradania, que considerou que o processo de desagregação está ferido do mesmo problema de quando houve a união: falta de estudos técnicos. “Há uma ausência de estudos concretos e fundamentação na instrução dos processos. Não podemos apenas decidir com base em sensações e estados de espírito. Acredito que cada um de nós tem de ser chamado mais vezes para responder nestes movimentos cívicos”, defendeu. A assembleia de freguesia vai também realizar, já depois da data de fecho desta edição, uma auscultação popular no Sobralinho. As duas sessões têm como objectivo ajudar os autarcas locais a medir o pulso à vontade da população.

Processos de desagregação também noutras freguesias
Na última semana também foram promovidas sessões semelhantes na vizinha União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz e também aí a vontade generalizada manifestada pela população foi de reverter as uniões criadas em 2012 na chamada Lei Relvas. Como O MIRANTE noticiou a União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa foi a primeira a avançar com o processo. Para dia 17 de Novembro, às 21h00, nas instalações da Assembleia de Freguesia na Póvoa de Santa Iria, está agendada a sessão onde será tomada uma posição final sobre o assunto.

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