Contrato de comodato para casa-museu gera discórdia em Tomar
Projecto para Casa-Museu Maria de Lourdes de Mello e Castro ainda não está concluído e autarquia teve de renovar contrato de comodato. Oposição diz que projecto não salvaguarda os interesses do município.
A renovação do contrato de comodato para instalação de uma casa-museu no edifício onde nasceu a pintora Maria de Lourdes de Mello e Castro, assinado entre o município e familiares da artista, gerou discórdia entre a maioria socialista e a oposição social-democrata no executivo da Câmara de Tomar.
Hugo Cristóvão, vice-presidente da autarquia, começou por explicar, em sessão camarária, que as obras ainda não avançaram devido a atrasos na entrega do projecto final, daí ter de haver uma renovação do protocolo. ”O problema do volume de trabalho dos projectistas é transversal e não acontece só em Tomar. Neste caso, o responsável é um arquitecto premiado internacionalmente, escolha do proprietário, que é que quem paga o projecto”, explicou.
No que toca às responsabilidades do município o autarca afirmou que implicam realizar a obra e fazer a gestão do espaço com o conteúdo fornecido pelo proprietário, filho de Maria de Lourdes de Mello e Castro, uma pintora que diz ter sido de dimensão nacional.
Oposição votou contra
Lurdes Ferromau Fernandes (PSD) afirma que o contrato não salvaguarda os interesses do município e por isso o partido votou contra. “Devia existir uma resposta que fosse mais abrangente e que tivesse em conta outros artistas do concelho”, sublinhou, lamentando que ainda não tenha sido apresentado o projecto. “Com esse projecto era possível termos a ideia do valor que está em causa e que despesas a câmara vai assumir concretamente. Há falta de clareza neste contrato”, vincou.
Maria de Lourdes de Mello e Castro nasceu em Tomar em 1903 e faleceu em Lisboa em 1996. Da sua obra enquanto pintora destacam-se a pintura de género, a paisagem e o retrato.