“É inconcebível que o poder central demore meses a ressarcir as corporações de bombeiros”

Presidente da Câmara de Ourém diz que os pequenos fornecedores a quem as corporações recorrem durante a época de incêndios não podem estar tanto tempo sem receber. Desabafo de Luís Albuquerque decorreu numa conferência promovida pela Liga dos Bombeiros Portugueses.
O presidente da Câmara Municipal de Ourém diz que é solidário com as dificuldades a que as corporações de bombeiros estão sujeitas, por força dos atrasos na hora de serem ressarcidas das despesas realizadas durante o combate aos incêndios. Luís Albuquerque afirma que é “inconcebível que o poder central demore quatro, cinco, seis meses a ressarcir as corporações”. “Não faz sentido que assim seja. Sobretudo porque os pequenos fornecedores, a quem as corporações recorrem a nível local, não conseguem esperar tanto tempo sem receber”, sublinhou.
Luís Albuquerque salientou que algumas autarquias, como Ourém, conseguem cobrir e fazer face às despesas, mas nem todas conseguem. “Mesmo aquelas que vão conseguindo deparam-se com outro obstáculo que é imperativo alterar: o problema da contratação pública. Se as regras não mudam, quando somos finalmente autorizados a contratar refeições e outros serviços essenciais já os incêndios terminaram há dois meses”, revelou.
O desabafo do autarca aconteceu na sessão de encerramento da conferência “Análise aos Incêndios Florestais – 2022”, realizada no Teatro Municipal de Ourém. Promovida pelo Conselho Nacional Operacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, a conferência pretendeu analisar e promover troca de experiências passadas em teatros de operações dos incêndios florestais que devastaram grande parte do país, com especial incidência sobre o concelho de Ourém.