Assentiz vai ficar sem médico de família até ao fim do ano

Presidente da junta lamentou a falta de médico na extensão de saúde da freguesia do concelho de Torres Novas no dia em que foi aprovado o regulamento de incentivos à fixação de médicos.
Uma das freguesias do concelho de Torres Novas mais afectada com a falta de médicos é Assentiz. Leonel Santos, presidente da junta, informou a assembleia municipal que a sua freguesia vai estar sem médico até ao final do ano de 2022, na melhor das hipóteses. O autarca alertou para o facto de o número de utentes ir diminuindo cada vez mais porque as pessoas não têm outra solução a não ser mudar de extensão de saúde. “Se a nossa freguesia tem quatro mil habitantes porque é que só há 2300 inscritos no nosso posto de saúde”, questionou.
O desabafo aconteceu no dia em que foi aprovado, em sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Torres Novas, o regulamento de incentivos à fixação de médicos de Medicina Geral e Familiar no concelho. O presidente da câmara diz que continuam a existir situações gravosas no concelho devido à falta de médicos de família e por isso o regulamento pode ser uma solução para o problema. “É um regulamento cativante que prevê alguma compensação financeira, uma verba de 400 euros que pode ser utilizada ou para apoiar uma renda de casa ou uma prestação, no caso de compra de habitação desde que garantam pelo menos durante três anos a permanência no nosso concelho”, explicou Pedro Ferreira.
O regulamento determina ainda uma comparticipação em despesas de deslocação do local de habitação para o local de trabalho, caso os médicos não avancem para a residência em Torres Novas. Contempla ainda redução de IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis), podendo ser devolvido até 10, 15 ou 20%, conforme o número de dependentes, bem como a redução das taxas municipais de urbanismo.
Para o Bloco de Esquerda, que deixou algumas críticas ao regulamento, “a situação já está para lá de aguda”. A CDU, que se absteve na votação, defendeu que a resolução da falta de médicos deve ser exigida ao Ministério da Saúde. Cristina Tomé considerou o regulamento “ineficaz e que pode contribuir para uma guerra entre municípios para captar médicos”.