Sociedade | 04-12-2022 21:00

Margens do Tejo na Póvoa de Santa Iria continuam a servir como lixeira

Margens do Tejo na Póvoa de Santa Iria continuam a servir como lixeira
Funcionários do município promoveram acção de limpeza e protecção do meio ambiente na Póvoa de Santa Iria

Uma dezena de voluntários, a maioria funcionários do município, passou uma manhã a limpar a zona da Praia dos Pescadores na Póvoa de Santa Iria mas lamentou falta de maior participação da comunidade.

As margens do rio Tejo na Póvoa de Santa Iria continuam a servir de lixeira improvisada e os infractores saem sempre impunes. Para chamar a atenção para o problema, no âmbito da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, um grupo de voluntários dedicou a manhã de 20 de Novembro a apanhar lixo que se encontrava na Praia dos Pescadores.
Numa só manhã os voluntários, a maioria trabalhadores do departamento ambiental da Câmara de Vila Franca de Xira, recolheram meia dezena de sacos cheios de todo o tipo de resíduos. Passaram a pente fino todos os cantos e arbustos da praia com resultados surpreendentes. Pneus, dezenas de garrafas, uma corda de atracar barcos, um par de sapatos, meia dezena de vasos, garrafões, bidões, centenas de caricas, dezenas de sacos de plástico, copos e latas, tupperwares e balões foram alguns dos objectos recolhidos.
Apesar do sucesso da iniciativa, o grupo lamenta que nenhum morador tenha comparecido para ajudar. “Temos de compreender que é um evento aberto à comunidade. Estamos em Novembro e apesar do calor que se faz sentir agora, as pessoas têm medo e não aparecem, é algo com que temos de lidar. Vamos continuar o nosso trabalho da mesma forma, na esperança que nos próximos eventos haja maior participação”, comenta Catarina Conde, directora do Departamento de Ambiente do município. Há mais de 10 anos que, por esta data, a câmara municipal procura dinamizar por todo o concelho actividades onde o foco passa por limpar os espaços públicos e promover o civismo social e consciente.
Ao longo de vários quilómetros, Carla Gamboa acompanhou e ajudou o colega Júlio Rodrigues a apanhar lixo da margem do rio, perto dos caminhos pedonais. Num ponto do percurso foram encontrados saleiros, garrafas de óleo, sapatos, um flutuador, tapetes de borracha, um bidão de 50 litros e várias placas de madeira. O que mais transtorna o grupo é a quantidade de materiais altamente nocivos que continuam a ser largados ao rio.
“Queríamos fazer mais, faz parte do nosso ideal. Tentámos várias vezes ir mais perto da margem do rio onde se acumula o lixo trazido pelo mar, mas o terreno fica demasiado instável e corremos o risco de cair ou ficar presos”, consideram. O grupo diz sentir que nos últimos anos o volume de lixo tem diminuído mas que os valores ainda estão longe do ideal.
Catarina Conde conta a O MIRANTE que ainda existe um longo caminho a percorrer até serem atingidos os objectivos delineados para os espaços verdes do concelho e do ambiente em geral, ainda que a tendência dos números tenha vindo a ser positiva. A responsável espera que com o passar dos anos este tipo de iniciativas ajudem a formar cidadãos com maior sentido cívico e mais cuidado ambiental.

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