Centro Social do Pego luta para ultrapassar dificuldades provocadas pela pandemia

IPSS do concelho de Abrantes sofreu duro revés com surto que causou a morte a 11 pessoas. Assembleia geral da instituição aprovou a aquisição de um empréstimo para equilibrar as contas e fazer face às despesas.
Atravessar a pandemia foi uma tarefa hercúlea para o Centro Social do Pego, que reuniu com os associados em assembleia-geral no sábado, 26 de Novembro, para aprovar a aquisição de um empréstimo bancário de 120 mil euros. Recorde-se que a Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) do concelho de Abrantes foi vítima de um surto de Covid-19, em Outubro de 2020, que afectou cerca de 80 pessoas, entre funcionários e utentes do lar, e provocou 11 mortes.
“Tínhamos a casa cheia e resistimos durante muitos meses com as restrições inerentes ao que estava a acontecer. Mas era inevitável e não podíamos ter feito mais do que fizemos”, lamenta a O MIRANTE António Mor, presidente da direcção do Centro Social do Pego, que engloba creche e jardim-de-infância, lar residencial (ERPI), centro de dia e apoio domiciliário, prestando serviço a cerca de duas centenas de utentes.
António Mor, que também é presidente da Assembleia Municipal de Abrantes, afirma que os óbitos abalaram profundamente o estado de espírito das pessoas que trabalham e vivem na instituição. Para o dirigente as qualidades humanas e a capacidade de resiliência foram determinantes para ultrapassar a pandemia e continuar a dar a atenção necessária aos utentes. “Quando estamos a lidar com pessoas idosas é preciso trabalhar muito com as emoções e não apenas com o aspecto físico. Entre trazerem-lhes uma mão cheia de dinheiro e um sorriso o sorriso vale-lhes muito mais”, vinca.
António Mor explica que o empréstimo de 120 mil euros tem como principal objectivo começar a utilizar imediatamente o valor de apoio do Fundo de Socorro Social, de forma a equilibrar as contas, pagar a fornecedores e continuar a fazer face às despesas correntes de uma instituição que emprega cerca de 80 pessoas.
António Mor encontra-se em funções desde Agosto de 1998. A legislação sobre o limite de mandatos, que entrou em vigor em 2015, ainda permite à actual direcção mais um mandato, que termina no final do próximo ano. No entanto, o presidente sublinha que “gostaria de ver gente mais nova” a pegar nos destinos do Centro Social do Pego.