Sociedade | 14-12-2022 10:00

Cimpor obrigada a suspender uso de explosivos em pedreira junto a aldeia de Alverca

Cimpor obrigada a suspender uso de explosivos em pedreira junto a aldeia de Alverca
Moradores de A-dos-Melros estão desde Abril a lutar para travar o avanço da exploração da pedreira que tem causado danos nas habitações

Empresa cimenteira está obrigada a cumprir determinação da Direcção-Geral de Energia e Geologia até que apresente estudos que comprovem a segurança na exploração de pedreira próxima de A-dos-Melros. Autarca fala em conquista justa da população.

Os moradores da aldeia de A-dos-Melros, Alverca, conseguiram na última semana a sua primeira vitória na luta pela defesa das suas casas que estão a ser afectadas pela exploração de uma pedreira da Cimpor. Depois de uma deslocação à aldeia em Setembro, a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) mandou suspender o uso de explosivos na zona da pedreira da Cimpor junto a A-dos-Melros, na sequência das queixas que chegaram àquela entidade por parte dos moradores e do município de Vila Franca de Xira. Os moradores queixam-se que a exploração da pedreira está a causar impacto na qualidade de vida e em casas, muros e ruas da localidade, onde são visíveis fendas.
A proibição do uso de explosivos está em vigor até que a empresa apresente estudos que comprovem a segurança da operação de exploração da pedreira junto à localidade. “É uma enorme conquista, justa, para a protecção da população de A-dos-Melros”, destacou Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira. “Embora não necessariamente definitiva foi a mais eficaz para resolver o problema a partir de uma decisão administrativa que tem efeitos imediatos”, considerou o autarca.
Face à decisão da DGEG o município já reuniu com a comissão de moradores e os residentes que agendaram as vistorias técnicas do município que têm como objectivo recolher provas para a acção popular contra a pedreira que vai dar entrada na justiça.
“Adjudicaremos em breve o estudo que pedimos ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e faremos novas vistorias dentro de alguns meses para fazer a comparação entre o momento inicial das nossas vistorias e o momento em que elas voltarão a ser feitas. Recolhidos todos esses dados, e caso a suspensão não seja suficiente ou não se torne definitiva, veremos os termos concretos desta acção popular sempre em articulação com as pessoas e a associação na defesa da comunidade”, explicou o autarca.
A novidade chegou pouco mais de três semanas depois do Governo ter considerado que a pedreira da Cimpor está licenciada e a cumprir com o plano de exploração em vigor e que, por isso, pouco mais se podia fazer do que pedir à empresa que cumpra com as normas legais de ruído, poeiras e vibrações. Essa foi a resposta dada pelo ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, a questões colocadas sobre o assunto pela bancada parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia da República.

Câmara recolhe informação sobre danos em casas

A Câmara de VFX continua a receber contributos dos moradores sobre os danos nas suas habitações e já tinha anunciado a tentativa de blindar o avanço da pedreira na nova revisão do Plano Director Municipal que está em curso com o alargamento das faixas de protecção. “Não se tratando de uma competência municipal já escrevi à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional pedindo essa intenção e espero que se concretize”, anunciou Fernando Paulo Ferreira em Outubro último.

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