Sociedade | 19-12-2022 10:00

Quando o desporto se adapta quebram-se barreiras

Quando o desporto se adapta quebram-se barreiras
Iniciativa juntou utentes de instituições da região que prestam apoio a pessoas com deficiência

Complexo de Piscinas de Azambuja acolheu uma aula de natação exclusiva para pessoas com deficiência, que juntou utentes de instituições da região.

A natação adaptada, explica a professora Catarina Cunha, é um estímulo ao relaxamento, fortalecimento dos músculos e da circulação sanguínea.

Equipados com fatos-de-banho, de toucas e óculos na cabeça, um a um, os participantes do Encontro de Natação Adaptada vão-se familiarizando com a temperatura da água nas Piscinas de Azambuja. Filipe Gonçalves, 17 anos, é um dos primeiros a mergulhar. Sente a água sem nada ver à sua volta com o à vontade de quem já a enfrenta há muito tempo. “Adoro nadar e gosto da sensação de estar na água. Já o faço desde 2015”, diz a O MIRANTE o utente da Cerci Flor da Vida de Azambuja, acrescentando que, por ser cego, mergulhar no desconhecido lhe causou medo nas primeiras aulas. Um receio do passado que se transformou em resiliência e que serve agora de exemplo para aqueles que mergulham no desconhecido pela primeira vez.
A natação adaptada e o contacto com a água, explica a professora Catarina Cunha, estimulam, em termos motores, o relaxamento, o fortalecimento dos músculos e a circulação sanguínea, importante para pessoas com deficiência. O encontro que a professora de natação ajudou a organizar é também um estímulo à socialização e à prática de uma vida saudável, que ajuda os utentes a sair da rotina das instituições e a melhorarem a sua qualidade de vida. “Queremos que tenham um momento de diversão, que conheçam pessoas novas, que saiam das rotinas das instituições e que entrem em contacto com a água, o que lhes traz benefícios”, salienta.
“Estar aqui é diversão”, atira André Timóteo, de 38 anos, utente do Centro de Educação Especial “O Ninho”, instituição de Rio Maior que presta apoio a jovens e adultos com deficiência. Alheio ao medo, aproveita cada segundo dentro de água com o entusiasmo de quem descobre pela primeira vez o que o apaixona. “Já sentia falta de uma iniciativa como esta”, afirma, explicando que os confinamentos impostos pela pandemia o afastaram temporariamente da natação adaptada.

A actividade física
pode ser mais inclusiva
Inserido no programa de promoção de actividade física da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), Mais Lezíria, o encontro de natação adaptada decorreu na sexta-feira, 9 de Dezembro e contou com a participação de utentes da Cerci Flor da Vida de Azambuja, da Cerci Peniche, da APPACDM de Santarém, do Centro de Educação Especial “O Ninho”, do Centro de Recuperação Infantil de Benavente e da Escola Secundária do Cartaxo.
No decorrer da iniciativa, o primeiro secretário da CIMLT, António Torres, realçou a importância da promoção da actividade física inclusiva, fazendo referência às iniciativas da caminhada inclusiva e da boccia inclusiva, duas actividades que também fazem parte do Mais Lezíria. “Queremos que a actividade física seja mais inclusiva e foi por isso que realizamos as três provas”, sublinhou. No final do encontro os participantes receberam das mãos da secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, uma medalha, lembranças e t-shirts comemorativas.

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