Quando ajudar quem precisa é uma missão de vida

Maria Paula Laplante é a fundadora da Associação Nova Dimensão, da Póvoa de Santa Iria, que há 16 anos se dedica a ajudar quem mais precisa de norte a sul do país e além-fronteiras. Só em Portugal a associação ajuda 1.500 pessoas.
Ajudar quem mais precisa sempre foi o principal foco de Maria Paula Laplante, fundadora da Associação Nova Dimensão (AND) sediada na Póvoa de Santa Iria. A missionária acredita que a sua missão de vida é ajudar quem mais precisa e desde jovem que se dedica e trabalhou nesse sentimento, para trazer alegria para a vida das pessoas. Diz que, independentemente das origens ou das condições em que se vive ou cresce, as coisas más não acontecem só aos outros. “Não existe ninguém perfeito, todos somos iguais. Todos cometemos erros e temos que ter misericórdia e ajudarmo-nos uns aos outros”, conta a O MIRANTE com lágrimas nos olhos.
Com 16 anos de vida a AND nasceu de forma natural e espontânea. Maria Paula não conseguiu virar as costas aos mais vulneráveis e começou a angariar donativos para ajudar. Quando deu conta os donativos que estava a receber já eram mais do que suficientes para suprir as necessidades e por isso começou a distribuí-los a cada vez mais pessoas. Com o passar do tempo e a um ritmo acelerado, cada vez mais donativos eram entregues e mais pedidos de ajuda chegavam. “Foi assim, de forma rápida, que começou e é como tem sido até hoje, já lá vão mais de duas décadas”, explica.
Com cerca de 15 pessoas a trabalhar a tempo inteiro na associação e cerca de uma centena de voluntários sempre dispostos a ajudar, a AND conta com um variado grupo de parceiros e amigos que ao longo dos anos tem ajudado a concretizar os projectos e as iniciativas de norte a sul de Portugal e além-fronteiras. A fundadora sempre teve o desejo de levar ajuda para fora de Portugal e em 1994 conseguiu realizá-lo, primeiro na Guerra da Bósnia, depois em Angola, onde ainda hoje ajudam 200 crianças e as suas famílias com alimentação e educação. O mesmo cenário voltou a repetir-se em 2014 quando começaram a dar formação e ajuda alimentar em várias zonas das Filipinas.
40 carrinhas de ajuda
para a Ucrânia
A guerra da Ucrânia trouxe para a associação uma nova missão: conseguir levar ajuda humanitária ao povo ucraniano. Com vários contactos na fronteira e dentro da Ucrânia os voluntários conseguiram juntar 40 carrinhas cheias de produtos alimentares, medicamentos e roupas. Levaram os donativos até à fronteira e de lá trouxeram duas centenas de refugiados para Portugal. Com a chegada dos refugiados ao nosso país surgiu também o projecto “Follow Up Refugee” em que a associação ajuda os refugiados recém-chegados com a integração no mercado de trabalho, com ajuda psicológica e na inserção em casas de acolhimento e instituições.
Maria Paula confessa que o voluntariado e o humanitarismo são um trabalho gratificante, que traz realização pessoal e muita aprendizagem, mas que não deixa de ter as suas dificuldades. A fundadora revela que talvez o maior desafio que enfrentam é a falta de fundos financeiros, mas orgulha-se de conseguirem sempre enfrentar as adversidades.