Populares em protesto causam desordem na Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira

A Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira acabou com a intenção de desagregar as freguesias unidas em 2013, ao chumbar as três propostas que já tinham passado na câmara e nas assembleias de freguesia. O PS e o CDS fizeram o pleno no voto contra. Sessão ficou marcada por momentos de tensão que obrigaram a intervenção da polícia.
Foi debaixo de gritos, confusão e de intervenção policial e dos bombeiros que o processo de desagregação das freguesias no concelho de Vila Franca de Xira morreu na assembleia municipal, chumbado pela bancada do PS com a ajuda de outros partidos, consoante os casos. Com esse desfecho, a proposta não pode seguir para discussão no Parlamento. Acabou-se assim a oportunidade do concelho reverter algumas das freguesias que foram agregadas em 2013 aquando da chamada Lei Relvas.
O Partido Socialista, que na altura foi frontalmente contra a união de freguesias, deu agora a volta aos argumentos e chumbou todas as propostas, tendo a seu lado a eleita do CDS, Filomena Rodrigues. Posição que acontece, recorde-se, numa altura em que os socialistas têm a presidência de todas as juntas de freguesia do concelho.
A assembleia municipal, realizada na tarde de 19 de Dezembro no Pavilhão do Cevadeiro, discutiu três propostas de desagregação: União da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa; Alverca do Ribatejo e Sobralinho; e Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras, tendo havido diferentes sentidos de voto para cada uma das propostas.
A desagregação da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa foi a primeira a ser chumbada, depois de ter sido aprovada por maioria em assembleia de freguesia e na câmara municipal. Os ânimos exaltaram-se e a presidente da assembleia municipal, Sandra Marcelino, teve de interromper os trabalhos. O que aconteceu depois pode ser visto no vídeo que O MIRANTE publicou online. Vários moradores não se conformaram com a votação e abordaram os autarcas, em particular Filomena Rodrigues, pedindo-lhes satisfações. A polícia foi chamada para serenar os ânimos e uma moradora sentiu-se mal e teve de ser assistida no local pelos bombeiros. A presidente da assembleia optou por não identificar às autoridades nenhum dos moradores envolvidos.
Paulo Afonso, do PS, justificou o voto contra dos socialistas dizendo que tal desagregação poderia trazer constrangimentos à gestão e considerou que a proposta não prova ter existido erro manifesto na união e que reverter o que existe não traria nenhuma mais-valia à comunidade. A oposição discordou e votou em peso favoravelmente.
Já sobre a proposta de desagregação de Alverca e Sobralinho as votações foram diferentes. Neste caso além do PS e do CDS também votaram contra a coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), por considerar que Alverca e Sobralinho obtiveram ganhos de escala e eficiência com a união. Abstiveram-se o Partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN) e as eleitas independentes Célia Monteiro e Diana Neves. Os votos favoráveis da CDU, Bloco de Esquerda e Chega não foram suficientes para fazer passar a proposta.
Já no que diz respeito à União de Freguesias da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras votaram contra o PS, CDS, Chega e a coligação Nova Geração. Abstiveram-se Diana Neves, Célia Monteiro e Nelson Batista do PAN. Apenas votaram a favor da proposta o Bloco de Esquerda e a CDU.