Sociedade | 27-12-2022 15:00

Colónia Balnear da Nazaré divide autarcas e alguns admitem venda do espaço

Colónia Balnear da Nazaré divide autarcas e alguns admitem venda do espaço
Projecto para requalificar imóvel da Colónia Balnear da Nazaré arrasta-se há mais de 13 anos

Há pelo menos três autarcas que admitem a venda ou concessão a empresas da Colónia Balnear da Nazaré em vez de se investir pelo menos seis milhões de euros na recuperação do espaço, que se degrada há 13 anos.

O arrastar do projecto está a desanimar alguns autarcas e o do Sardoal fala em vergonha. As obras obrigam a custos avultados para as vantagens que os municípios possam ter.

O projecto para a recuperação da Colónia Balnear da Nazaré está a afastar algumas autarquias, que preferem a venda do imóvel a terem de se comprometer com empréstimos bancários para um investimento global que deve ultrapassar os seis milhões de euros. O facto da situação se arrastar há vários anos contribui também para enfraquecer o interesse de algumas autarquias da Associação de Municípios do Vale do Tejo, dona do espaço, sobretudo as do Médio Tejo.
Entre os autarcas pouco entusiasmados com o investimento, estão os de Ourém, Sardoal e Alcanena, que admitem uma solução que passe pela venda do imóvel ou concessionar a privados o espaço, que está ao abandono há vários anos. O autarca do Sardoal, Miguel Borges, que é também o presidente da assembleia-geral da Associação dos Municípios do Vale do Tejo, constituída para assumir a colónia e a sua recuperação, considera que as obras representam um investimento para o qual a sua autarquia não tem capacidade financeira.
Como a obra não pode ser financiada por fundos comunitários, são os municípios que através da associação têm de assumir o custo, que passará pelo recurso a empréstimos bancários. Os autarcas Ourém e Sardoal não pretendem complicar o processo e admitem sair do processo para que a obra avance com os municípios dispostos a assumir o investimento. Mas a saída de autarquias implica que as outras vejam aumentada a sua responsabilidade na repartição dos encargos. Os municípios de Almeirim, Santarém ou Chamusca são dos que pretendem avançar com o projecto.
Os autarcas de Ourém, Sardoal, Mação e Alcanena criticam o arrastar da situação ao longo dos anos. Miguel Borges considera “uma vergonha” os municípios andarem tantos anos para resolver uma situação, que já deveria estar concluída há muito tempo, realçando que nenhum autarca ficará bem na fotografia, lembrando que ouve falar no assunto há mais de uma década. O autarca de Mação, Vasco Estrela, não se compromete com uma opinião, dizendo que o município quer analisar tudo, com mais dados jurídicos, que foram pedidos, para depois tomar uma decisão. Mas vai avisando que é preciso perceber que tipo de envolvimento os municípios vão ter e a pertinência do imóvel.
A colónia foi inaugurada em 1941 e teve várias utilizações tendo servido para alojar os chamados “retornados” das ex-colónias, entre 1974 e 1980. Depois foram feitas reparações e ampliações para servir para a Ocupação de Tempos Livres, conferindo-lhe uma vertente de solidariedade social e de reinserção social para crianças e idosos carenciados do distrito de Santarém. O espaço fechou em 2009 por não cumprir as normas de higiene e segurança exigidas. Na altura era propriedade da Assembleia Distrital de Santarém e em 2011 decidiu criar-se a associação julgando-se que desta forma seria mais célere recuperar o imóvel.

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