Esgotos de Constância deixam de poluir o Tejo

Os esgotos domésticos da vila de Constância estiveram durante meia dúzia de anos a drenar directamente para o Tejo devido ao colapso da conduta que atravessa o rio e os canaliza para a ETAR da fábrica do Caima.
O emissário que canaliza os esgotos domésticos de Constância para a ETAR da fábrica do Caima, na outra margem do Tejo, já se encontra novamente a funcionar desde a passada semana, depois de alguns anos fora de serviço, o que originou que os esgotos da vila fossem despejados no rio sem tratamento. A informação foi dada a O MIRANTE pelo presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira.
A empreitada foi adjudicada por 184 mil euros mais IVA à empresa Toupeira Verde, que entretanto requereu uma revisão de preços alegando a necessidade de executar alguns trabalhos cuja espécie ou quantidade não estava prevista no contrato e que eram essenciais para a conclusão da intervenção. O executivo da Câmara de Constância aceitou a proposta de revisão de preços, no valor de 19.913 euros mais IVA, dada a necessidade de execução dos trabalhos em causa só poderia ser detectada no decurso da obra.
A tubagem que transporta os esgotos domésticos para a ETAR da fábrica de pasta de papel do Caima partiu-se ao meio em meados da década passada, o que fez com que os efluentes domésticos da vila tenham estado muito tempo a drenar para o rio Tejo, junto à confluência com o rio Zêzere. Um péssimo bilhete postal numa terra que tem nos seus rios um dos principais cartazes turísticos e que no último Verão até inaugurou uma praia fluvial no Zêzere.
Outra má imagem registada no rio Tejo foi a de esgotos, que se presume serem industriais, a escorrerem por uma das extremidades partidas do antigo emissário, no meio do rio Tejo em frente à vila. Foi o escasso caudal que o Tejo já registava em meados de Junho que deixou à vista, em Constância, um tubo de esgoto no meio do rio a descarregar efluentes acastanhados e com cheiro a ovos podres.