Factura da água vai aumentar em Vila Franca de Xira

Conta mensal para o segundo escalão vai ficar entre 60 e 70 cêntimos mais cara para os consumidores do concelho já a partir do dia 1 de Janeiro. No escalão mais baixo não há mexidas. Presidente do município diz que os novos preços são “solidários” num contexto de incerteza económica para 2023.
A factura da água no concelho de Vila Franca de Xira vai sofrer um aumento generalizado de 2,5% no próximo ano a partir do segundo escalão de consumo na estrutura tarifária variável e fixa, quer de abastecimento de água quer saneamento e águas residuais.
O aumento resulta das recomendações emitidas pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que sugeriu aumentos médios de 2,7%. O município evoca que os aumentos vão atingir sobretudo quem consome em média 7 metros cúbicos de água por mês e que está hoje no segundo escalão (pagando 1,21 euros por consumos entre 5 e 15 m3), onde o aumento sentido será de 2,1%, qualquer coisa entre 60 a 70 cêntimos adicionais por mês na factura.
Já o primeiro escalão - que representa 60% dos consumos médios domésticos no concelho com valores até 5m3 por mês - não haverá qualquer aumento e o preço vai manter-se nos 59 cêntimos. No tarifário social com incidência até aos 15 m3 por mês de consumo vai ser isentado o pagamento às famílias que apenas consumam até 5 metros cúbicos por mês e haverá descontos de 25% no preço para as famílias carenciadas que estejam no segundo escalão.
A nova tabela de tarifas e preços dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Vila Franca de Xira para o próximo ano foi aprovada por maioria na última semana em reunião de câmara com os votos contra da CDU e a abstenção do Chega. Os comunistas voltaram a criticar o aumento de preços numa altura em que o rendimento dos consumidores é baixo devido à inflação e lamentou que se faça do abastecimento de água um negócio. “Vivemos uma escalada de aumentos por opção de quem gere a câmara e isto pesará na factura paga pelo consumidor. Não podemos acompanhar este aumento”, defendeu.
O presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, defendeu que os novos preços são “solidários” num contexto de incerteza económica para 2023. “Conseguimos ter os preços da água ao consumidor numa evolução mais baixa que o recomendado pela entidade reguladora. Tem de haver aumentos para haver sustentabilidade dos serviços e fazer investimentos”, justificou.
No último ano consumiram-se 8 milhões de metros cúbicos de água no concelho. 5,5 milhões de litros foram destinados a consumo doméstico e 3 milhões no primeiro escalão. O serviço continua a lutar com perdas de água a rondar os 18%.
“O combate às perdas tem sido um objectivo e é dos projectos mais importantes que temos. É um flagelo as perdas de água. Umas são técnicas, outras resultado de acção humana com ligações directas que é preciso começar a fiscalizar mais”, lamenta Fernando Paulo Ferreira.
Um dos projectos que os SMAS têm neste momento é o encurtamento das secções de medição, para dessa forma identificar mais rapidamente quando existe uma fuga na rede.