Sociedade | 01-01-2023 12:00

A guitarra portuguesa que emocionou Marcelo Rebelo de Sousa

A guitarra portuguesa que emocionou Marcelo Rebelo de Sousa
João Vaz e a sua guitarra deixaram o Presidente da República emocionado

João Vaz tem 24 anos, é de Mação e vive em Abrantes desde os dois anos. É na guitarra portuguesa, um dos expoentes máximos da portugalidade, que expressa a sua arte. Foi o convidado especial do jantar de Natal da Presidência da República na semana passada no Museu da Marinha, em Lisboa.

João Vaz começou por aprender guitarra clássica no Orfeão de Abrantes tendo depois passado pelo Coral Phydelius, em Torres Novas. Como os avós maternos estavam em Mação aproveitou o facto de o Conservatório de Tomar ali ter um pólo para continuar os estudos. A paixão pela guitarra portuguesa surgiu depois de ter assistido, com 14 anos, a um concerto de Ana Moura em Abrantes. “Fiquei maravilhado ao ouvir em especial aquele que viria a ser o meu mestre, Custódio Castelo, mais o Jorge Fernando e no baixo o Filipe Larsen”, conta a O MIRANTE. Foi aí que decidiu frequentar aulas de guitarra portuguesa no Entroncamento “com o senhor Jorge Manuel”. Seguiu-se, anos mais tarde, a licenciatura e mestrado em guitarra portuguesa na Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) do Instituto Politécnico de Castelo Branco, a única do país.
Dez anos depois de dar os primeiros passos no dedilhar da guitarra o jovem guitarrista foi um dos intervenientes musicais no jantar da Presidência da República na última semana, no Museu da Marinha, em Lisboa. O convite partiu do próprio Marcelo Rebelo de Sousa durante a visita que fez no início do mês de Dezembro a Abrantes, onde escutou a guitarra de João Vaz, no Panteão dos Almeida.
Actuar para o Presidente da República, e ainda por cima em duplicado, vai ficar-lhe gravado na memória. “Estou muito grato ao convite feito pelo município de Abrantes para tocar no Panteão. Foi um privilégio tocar para o Presidente da República naquele espaço”, diz, considerando “uma surpresa ainda maior” o convite feito por Marcelo Rebelo de Sousa no final para o jantar da Presidência. Sobre o evento do Museu da Marinha João Vaz revela que o Chefe de Estado lhe pediu para tocar exactamente o mesmo que tocou em Abrantes, mas acabaria por interpretar mais dois temas. “As pessoas estavam a gostar, foi uma oportunidade única, nunca tinha imaginado nem ambicionado. São coisas fantásticas que acontecem”, conta a O MIRANTE.

Músico, professor e estudante de Direito
João Vaz é actualmente professor no Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes, na Escola Dr. Manuel Fernandes, que abriu o curso de guitarra portuguesa este ano lectivo. Frequenta também o terceiro ano da licenciatura em Direito, na Universidade de Coimbra. “Às vezes é um bocadinho difícil conciliar as coisas. Entrei em Direito em plena pandemia, não tinha concertos e aproveitei, é uma área que gosto e fui aproveitando estes dois anos para estudar”, conta.
Apesar de ter nascido em Coimbra e de estar registado em Mação João Vaz vive em Abrantes desde os dois anos. “É sempre a minha terra, gosto muito desta cidade e sinto que tem havido uma grande evolução cultural nos últimos tempos”, admite o guitarrista, explicando: “Há uns anos não se fazia em Abrantes muito fado. Agora temos associações e até o município que promovem imensas iniciativas ligadas à música e outras ofertas culturais”.
João Vaz destaca também o surgimento de muitas vozes femininas abrantinas ligadas ao fado, casos de Francisca Gomes e de Joana Cota, não esquecendo o nome de Ana Laíns, que cresceu em Montalvo, no concelho vizinho de Constância. “Na zona do Ribatejo somos muito ricos, estamos muito bem servidos de nomes do fado”, considera.

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