Obras no mercado de Santarém têm fim previsto para Fevereiro

Empreitada de requalificação do emblemático Mercado Municipal de Santarém tem sido atribulada. A obra deslizou no tempo e no orçamento, o empreiteiro original entrou em insolvência e a intervenção vai acabar quase três anos depois do prazo inicial apontado.
Começa a ver-se luz ao fundo do túnel nas demoradas e atribuladas obras de requalificação do mercado municipal de Santarém. Na última reunião do executivo camarário foi apontada a data de 25 de Fevereiro de 2023 para a conclusão da empreitada, tendo na mesma sessão sido aprovada uma proposta de reposição do equilíbrio financeiro da empreitada no valor de 147 mil euros mais IVA. A reposição do equilíbrio financeiro resulta das prorrogações de prazos aprovadas.
Recorde-se que a empreitada arrastou-se no tempo devido a uma série de contratempos. As obras de requalificação e modernização do espaço começaram no dia 13 de Agosto de 2019. A empreitada foi adjudicada por cerca de dois milhões de euros à empresa Habitâmega Construções S.A. e tinha um prazo de execução previsto de um ano. Em Março de 2020 a obra teve que ser suspensa e foi lançado um concurso autónomo para reforço da estrutura do imóvel centenário, dada a descoberta de ausência de fundações no edifício. A empreitada original foi retomada em Março de 2021, mas a ritmo lento, e o prazo de execução previsto foi mais uma vez ultrapassado.
Entretanto, em Julho de 2022 a empresa Habitâmega, que há três anos e meio iniciou a conturbada empreitada, entrou em processo de insolvência e foi substituída pela firma Construções Pragosa, que ficou encarregue de concluir a intervenção. A proposta de cedência da posição contratual foi apresentada pelos credores e foi aprovada por unanimidade na reunião do executivo municipal de 29 de Agosto de 2022.
O emblemático Mercado Municipal de Santarém está em obras há praticamente três anos e meio e alguns comerciantes que ali estavam instalados estão a vender os seus produtos nas instalações da Casa do Campino, em espaço cedido pelo município para o efeito. Outros vendedores cessaram actividade.
A intervenção no mercado – obra do arquitecto Cassiano Branco datada de 1930 – inclui a recuperação integral do espaço, criando uma área muito mais moderna e funcional, destinada a ser vivida diariamente, sendo o novo projecto da autoria do arquitecto Paulo Durão. O centro do futuro mercado será uma área em forma de cruz, com 36 bancas destinadas ao mercado diário, que terão em seu redor quatro praças. Num dos torreões irá funcionar o novo posto de turismo da cidade. Os espaços exteriores (lojas) também serão recuperados ficando 29 deles destinados a actividades diversas, que podem ir do artesanato à geladaria passando por florista, vinhos e loja de conveniência, entre outras.