Sociedade | 09-01-2023 12:00

Burocracia impede empresa da Póvoa de Santa Iria de usar parque solar

Burocracia impede empresa da Póvoa de Santa Iria de usar parque solar

A Hychem, empresa de produtos químicos instalada na Póvoa de Santa Iria, está há dois anos à espera da licença da Direcção-Geral de Energia para poder usar uma central solar para auto-consumo.

Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira diz-se empenhado em incentivar as empresas do concelho a usarem fontes renováveis de energia.

A empresa de produtos químicos Hychem da Póvoa de Santa Iria, que gastou milhares de euros a instalar uma central solar, está há dois anos impedida de usar o equipamento por causa da burocracia do Estado. A empresa, que investiu o ano passado 12 milhões para produzir hidrogénio verde, queixa-se de ter submetido às autoridades nacionais o pedido de licença em 2020 e de até hoje não ter tido resposta.
A central solar, com capacidade para gerar inicialmente dois mega-watt por hora (MW/H), permitiria, no futuro, produzir até 10 MW/H. Nuno Coelho, porta-voz da empresa, lamentou a situação no final de 2022 lembrando que com os constantes aumentos dos custos da energia a central solar teria grandes vantagens na factura mensal.
Apesar do governo prometer simplificar este tipo de processos, por exemplo através da eliminação da licença ambiental para a produção de hidrogénio verde, a verdade é que a burocracia ainda continua a gerar atrasos. O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, lembra a O MIRANTE que o município está apostado em agilizar este tipo de processos e explica que, neste caso em concreto, a responsabilidade cabe à Direcção-Geral de Energia e Geologia, a quem compete a emissão do parecer final sobre a operação da Hychem.
“Neste caso e em todos os outros que envolvam parques solares no concelho para auto-consumo de energias renováveis nós alterámos o nosso Plano Director Municipal (PDM) para que isso fosse possível e já temos várias empresas a tratar de avançar com esses pedidos”, explica o autarca. Em reunião de câmara o assunto também mereceu reparos do vereador David Pato Ferreira, da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), que lamentou a demora na produção de pareceres para que uma empresa, que gera riqueza no território, fique impedida de beneficiar do investimento realizado.
Tal como O MIRANTE já tinha noticiado, as indústrias sediadas no concelho de Vila Franca de Xira que decidam adoptar energias verdes, como a eólica ou solar, vão ficar dispensadas de apresentar uma avaliação ambiental estratégica sempre que decidam instalar esses equipamentos. O regulamento do PDM em vigor foi alterado no que diz respeito aos solos classificados como estrutura ecológica urbana passando a enquadrar neles a produção de energia renovável. O objectivo é reduzir a pegada ecológica das indústrias do concelho mas também diminuir a factura energética que estas pagam.
A Hychem, recorde-se, tem projectos para produzir hidrogénio verde para fins industriais mas também para aviões e veículos pesados, com o projecto inicial a arrancar com capacidade de produção de mais de mil toneladas por ano. Ao todo é um investimento total a rondar os 35 milhões de euros no antigo complexo químico da Solvay na Póvoa de Santa Iria.

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