Utentes de outros concelhos entopem SAP de Benavente

Directiva que permite aos moradores dos concelhos vizinhos como Vila Franca de Xira, Azambuja e Alenquer deslocarem-se ao Serviço de Atendimento Permanente de Benavente quando não tiverem médico está a gerar problemas e o município pede soluções.
A Câmara de Benavente está preocupada com a decisão do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo (ACES) de enviar para o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Benavente utentes de concelhos vizinhos que precisem de consultas e não tenham médico de família e apela ao bom senso dos gestores de saúde para reverter a situação. O município avisa mesmo que a sobrecarga é tal que, a manter-se, haverá médicos que já estão a mostrar intenção de abandonar o serviço, algo que Carlos Coutinho, presidente da câmara, considera poder vir a ser “altamente penalizador”.
O autarca da CDU já pediu esclarecimentos à directora do ACES do Estuário do Tejo, Sofia Theriaga, por causa dessas queixas de médicos e utentes. Esse aumento da procura de utentes de outros concelhos ao SAP de Benavente, considera a câmara, somado à falta de médicos que já existe naquele território, tem provocado um aumento substancial da afluência ao serviço, havendo médicos que atendem mais de 90 pessoas por dia.
A indignação tem aumentado e por isso a Câmara de Benavente pediu calma aos utentes, em comunicado, “para não direccionarem os protestos e a revolta para os profissionais de saúde do SAP”. Recorde-se que o SAP funciona através de um protocolo estabelecido com a Santa Casa da Misericórdia de Benavente, sendo esta entidade responsável pelo seu funcionamento 24 horas por dia.
No documento, o autarca garante que tem vindo a desenvolver iniciativas para contribuir para a fixação de médicos nas freguesias da Barrosa, Benavente e Santo Estêvão o que admite “não estar a ser fácil”. Recorde-se que na área de abrangência do ACES (Benavente, Vila Franca de Xira, Azambuja, Arruda dos Vinhos e Alenquer) faltam cerca de 60 médicos e por isso quase 100 mil utentes estão privados de acompanhamento de médico de família.
Autarca pede bom senso no acesso às urgências
No comunicado é referido que o acesso ao SAP não se destina a “renovar receituário, baixas médicas ou pedir e mostrar exames” mas sim apenas para aceder em caso de doença aguda ou agudização de doença crónica de utentes sem médico. Está também vedada a inscrição de doentes com médico de família atribuído no SAP de Benavente, a não ser em situações de risco de vida. Já os médicos ficam responsáveis por atender quatro pacientes por hora.