Coruche foi palco de debate nacional sobre o sector das águas e saneamento
A evolução do preço da água e a reutilização deste bem foram alguns dos temas abordados no colóquio que decorreu no Observatório do Sobreiro e da Cortiça.
A água para reutilização (APR), em concreto em alguns sectores de atividade, foi o mote para a mesa-redonda “Aspetos económicos das águas para reutilização e da gestão das águas pluviais” que se realizou no dia 11 de Janeiro, em Coruche. O tema não é consensual, a começar pelo preço.
Para o presidente da direcção da FENAREG – Federação Nacional de Regantes de Portugal, José Núncio, os custos de tratamento e transporte da água apresentam dificuldades, assim como o armazenamento, e por isso a água reutilizada devia ter um preço mais “simpático” para a agricultura. Até porque “em trinta anos os agricultores nunca tiveram problemas de água” e nas explorações agrícolas pode haver quem queira esta opção e quem não queira. Passa sobretudo por informar os agricultores e avaliar os custos, considerou o dirigente.
As tarifas da APR estão ainda em discussão pública na ERSAR mas Vera Eiró sublinhou que as principais dificuldades nesta matéria são a ausência de informação e base legal para o regulador, a viabilidade técnica e os pontos de entrega, o investimento que é preciso fazer, tendo em conta a procura, e a necessidade de garantir as atividades económicas. “ A escassez vai ditar o preço da água”, afirmou.
Notícia desenvolvida na edição semanal impressa de O MIRANTE