Passividade no problema da Ponte da Chamusca origina criticas à maioria socialista

Vereadores da oposição no executivo municipal da Chamusca afirmam que é preciso mudar de estratégia e fazer mais para dar voz às pessoas que sofrem diariamente com os constrangimentos na ponte Dr. João Joaquim Isidro dos Reis.
Mudança de estratégia e passividade. Foi com estas palavras que Tiago Prestes (CDS/PSD), vereador na Câmara Municipal da Chamusca, mostrou a sua indignação em relação aos constrangimentos diários que têm existido no trânsito na Ponte Dr. João Joaquim Isidro dos Reis, vulgo Ponte da Chamusca. O autarca afirma que os elementos socialistas no executivo, que estão em maioria, devem ser mais incisivos e mostrar que representam de forma digna e activa a classe política do concelho da Chamusca.
A tomada de posição surgiu depois da vereadora Gisela Matias (CDU) ter questionado o presidente da câmara sobre o ponto de situação das obras na Estrada Nacional 118, junto à antiga fábrica da Spalil, que têm contribuído para aumentar as dificuldades de quem faz a travessia do tabuleiro que liga os concelhos da Chamusca e Golegã. Tiago Prestes refere que a novela da Ponte da Chamusca já dura há tantos anos que se torna “ridícula” e confessa ter a sensação de que os “chamusquenses estão perdidos” e sem saber o que fazer em relação ao assunto.
O presidente Paulo Queimado (PS), que falou antes de Tiago Prestes, realizou uma intervenção de alguns minutos onde tentou justificar muitas medidas e propostas que tem feito ao longo dos anos em que lidera os destinos do concelho. Falou em apresentação de várias moções, idas a congressos, propostas concretas à Infraestruturas de Portugal, mas que nenhuma foi tida em conta até agora. O autarca refere que o problema da ponte “está muito centralizado” e que “Lisboa não o quer resolver”.
Tiago Prestes voltou a usar da palavra para dar uma machadada final, que já não teve retorno do presidente do município; “se o que tem feito não resulta então tem de mudar de estratégia. Não me importo de ir consigo onde tiver de ir. Temos que defender o nosso concelho”, concluiu.
Filas de carros com 5 km
Nos últimos dias têm estado a decorrer trabalhos de reparação na Estrada Nacional 118 que dificultam ainda mais a travessia da Ponte da Chamusca. Há semáforos nessa zona a regular o trânsito, mas os problemas surgem ao chegar ao tabuleiro da ponte, onde os semáforos que ali foram colocados há vários anos continuam desligados. Os militares da GNR já voltaram a controlar a entrada e saída de veículos pesados no tabuleiro, razão principal para a ocorrência de congestionamentos. Na terça-feira, 3 de Janeiro, as filas de automóveis chegaram perto da antiga Adega Cooperativa da Chamusca, numa distância de 5 quilómetros.