Zona ribeirinha da Póvoa de Santa Iria voltou a ser ponto de encontro

Grupo de entusiastas do ioga junta-se mensalmente à beira do Tejo para descomprimir da vida agitada e contactar com a natureza, num evento informal que tem ganho popularidade. Mas não são os únicos: zona ribeirinha está sempre a pulsar de actividade, faça chuva ou faça sol.
A zona ribeirinha da Póvoa de Santa Iria está a ser cada vez mais procurada por quem quer desligar do ritmo acelerado do dia-a-dia, conviver e encontrar paz de espírito. Não há fim-de-semana em que não haja encontros informais de vespas ou carros antigos, caminheiros ou grupos que se juntam para pescar ou fazer exercício físico. Diz quem usa o espaço que a requalificação veio provar a sede de ar puro que a cidade sentia. Quem faz uso do espaço é, por exemplo, um grupo informal que se junta uma vez por mês para praticar ioga na Praia dos Pescadores como forma de se libertarem do stress do dia-a-dia.
O ioga é uma prática milenar na India que chegou ao Ocidente há menos de um século e rapidamente virou moda. No dia em que O MIRANTE encontrou o grupo - mesmo a chover - estavam onze pessoas a praticar a actividade. Uma prova de resistência que não afastou Maria Batista, 76 anos, a mais velha do grupo. “Todos sabemos que com o passar dos anos o corpo acaba por ficar mais frágil. No ioga consigo manter-me flexível, ágil e cheia de energia”, diz, para contrariar a ideia dos mais descrentes. À frente do grupo está Inês Zorro, treinadora num ginásio da cidade.
“Com o ioga aprendemos a respirar, a manter o foco nos nossos objectivos, isso ajuda-nos a ter uma mentalidade vencedora e calma. Nos nossos dias acabamos por perder muito tempo com coisas que por vezes não têm real interesse e nos causam demasiada preocupação. Com estes exercícios tudo fica mais fácil de gerir” explica Andreia Santos, que há três anos pratica a modalidade.
O foco completo nos seus movimentos, respirações e pensamentos é algo que, apesar de difícil, quando se consegue atingir pode fazer toda a diferença. Quem o diz é Marta Silva, 45 anos, que há quatro anos treina com a mesma instrutora junto ao rio. Apaixonada por ar livre e pela natureza, admite que inicialmente teve algumas dificuldades em conseguir atingir o seu objectivo e abstrair-se da passagem das pessoas, dos barulhos, do movimento. Hoje já consegue fazer toda a aula de olhos fechados. “As pessoas olham, comentam, os homens por vezes conseguem ser desagradáveis e deixar-nos desconfortáveis, mas a partir do momento em que nos conseguimos abstrair, nada mais nos incomoda”, termina.