Sociedade | 25-01-2023 15:00

Obras no centro de Castanheira do Ribatejo desesperam comerciantes e moradores

Obras no centro de Castanheira do Ribatejo desesperam comerciantes e moradores
Andreia Vidal é directora técnica da farmácia Lezíria que também tem sentido impactos das obras

Uma das ruas principais da Castanheira do Ribatejo está a sofrer obras para acabar com os maus cheiros e os problemas de drenagem de águas que se sentiam no local sempre que chovia com mais intensidade. A demora nos trabalhos está a gerar queixas.

As obras de reabilitação e recuperação da rede de saneamento da Rua Palha Blanco, em Castanheira do Ribatejo, que decorrem há 120 dias, estão a dar dores de cabeça a quem ali vive e trabalha e são pedidas medidas que possam minorar os impactos dos trabalhos. Está inclusivamente a ser preparado um abaixo-assinado na comunidade para ser entregue à Câmara de Vila Franca de Xira reivindicando medidas mitigadoras dos impactos.
É com o café-pastelaria totalmente enlameado que Hernâni Santos, 30 anos, se depara diariamente sempre que chove. O estabelecimento está localizado na rua que sofreu obras mas o empresário lamenta que até hoje não tenha sido recolocada a calçada. “Logo na primeira semana de obras abriram o buraco, passaram as tubagens e fecharam tudo outra vez. Disseram que era preciso uns dias para a terra acamar, para a calçada não abater, mas já se passaram meses, já choveu imenso. A terra está mais do que acamada e nada é feito”, comenta com desilusão.
As obras, diz, vieram prejudicar não só o negócio com a falta de estacionamento, como a forma como gere e abastece o seu negócio. Ter a rua totalmente vedada, esburacada e com entulho não abona a favor do negócio dos comerciantes. Se anteriormente às obras os clientes paravam para beber café, hoje só os moradores dos prédios em redor é que lá passam. “Quando venho carregado tenho de andar às vezes mais do que um quarteirão com grades de cerveja debaixo dos braços, não dá para aguentar”, lamenta.
Pouco antes da conversa com O MIRANTE um cliente do café ao sair do espaço tropeçou na caminho de terra batida e caiu. Por sorte, como exprime o proprietário, nada de grave sucedeu, mas já não é a primeira queda desde o início das obras.

Entulho à porta da farmácia
Do outro lado da estrada, Andreia Vidal, 52 anos, é directora técnica da Farmácia Lezíria desde 2009 e confirma as constantes dificuldades que têm sentido com as obras em frente ao estabelecimento. O piso acidentado, em terra batida e com gradeamento em toda a sua extensão, levou a farmácia a informar os fornecedores que teriam de entregar a medicação a pé. Andreia Vidal afirma que se notou um acentuado decréscimo de clientes uma vez que praticamente ninguém conseguia passar pelo caminho. “Muitas vezes os nossos clientes mais novos, que têm carro, tinham de o deixar bastante longe para virem à farmácia. Os idosos, muitos deles com bengala, muletas e andarilhos, não conseguiam chegar até nós”, lamenta.
O entulho colocado em frente à farmácia mereceu um pedido de desculpa dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, responsável pela obra, que informou a farmacêutica do facto de não terem onde colocá-lo.
O assunto foi também alvo de queixas na última reunião de câmara, realizada precisamente na Castanheira do Ribatejo, onde a vereadora Joana Bonita, da CDU, lamentou os incómodos que a situação está a causar no comércio e nos moradores da zona e quis saber que soluções pode a câmara adoptar para mitigar os impactos. O presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira, explica que os trabalhos têm data de conclusão prevista para o final deste mês mas não descarta que possam demorar mais que o previsto. “Houve dificuldades encontradas no processo e os SMAS estão a acompanhar o assunto para ver se é preciso dar mais uma ou duas semanas para a concluir. Vamos ver”, afirmou.

Hernâni Santos tem um café-pastelaria na vila e não tem mãos a medir para manter o espaço limpo por causa das obras

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