Sociedade | 31-01-2023 07:00

Estrada por asfaltar às portas de Santarém pertence a três freguesias do concelho

Estrada por asfaltar às portas de Santarém pertence a três freguesias do concelho
Moradores da Rua de Vale Franco, que pertence a três freguesias do concelho de Santarém, queixam-se da estrada não ser asfaltada

Às portas de Santarém existe uma estrada, com cerca de dois quilómetros, que pertence a três freguesias do concelho.

Os moradores da Rua de Vale Franco queixam-se da falta de alcatroamento e dos buracos que lhes estragam os carros, afirmando que a obra está prometida há muito. Câmara de Santarém garante que moradores foram informados que a estrada não é considerada prioridade para asfaltamento, quer por parte do município, quer por parte das três freguesias que serve.

No concelho de Santarém, a cerca de cinco quilómetros da cidade, existe uma estrada com cerca de dois quilómetros de extensão que pertence a três freguesias e está, segundo os moradores da zona, há vários anos para ser alcatroada, não havendo também saneamento básico. Joaquim Ferreira tem 70 anos e vive na Rua de Vale Franco há mais de 20 anos. O antigo funcionário da Inspecção Geral da Segurança Social confessa a O MIRANTE que evita convidar amigos para sua casa por causa dos buracos na estrada, que são um incómodo para quem ali tem que circular de carro.
Os primeiros 200 metros da Rua do Vale Franco pertencem à freguesia da Várzea, onde não há moradores. Cerca de um quilómetro pertence à freguesia da Moçarria, e nesse troço serve oito famílias, e os últimos 200 metros pertencem à freguesia de Abitureiras, que também não tem habitantes. “O facto de a estrada pertencer a três freguesias não ajuda a que o problema se resolva. Mas se os moradores estão todos na freguesia da Moçarria, se alcatroassem a parte da estrada que pertence a essa freguesia já facilitava a vida dos moradores. Estamos a falar de cerca de um quilómetro de estrada”, afirma Joaquim Ferreira.
Fernando Queiroz vive há cinco anos na Rua de Vale Franco mas já tem ali casa há mais de três décadas. Reformado da Câmara de Lisboa, comprou a moradia para ter descanso. No entanto, o pó no Verão e a lama no Inverno prejudicam o sossego e os buracos “dão cabo da suspensão dos carros”. Conta a O MIRANTE que tem amigos que o visitam vindos da Alemanha e dos Estados Unidos da América e ficam surpresos por existirem estradas por alcatroar junto a residências.
Há cerca de quatro anos os moradores foram a uma reunião do orçamento municipal e garantem que o presidente lhes prometeu que alcatroava a estrada no espaço de dois anos. No entanto, até agora nada foi feito. Paulo Lalanda, professor na Escola Dr. Ginestal Machado, em Santarém, acredita que o facto de a estrada pertencer a três freguesias faz com que ninguém tome a decisão de a alcatroar. “Dizem que não há verbas mas já nos foi prometido há vários anos que o faziam. Os tempos vão passando e ninguém resolve o problema. Ou existe falta de vontade ou estão a encaminhar o dinheiro para outras prioridades”, lamenta o professor que vive ali desde 2009 e não tem alternativa para chegar a casa.

As explicações do município
Contactado por O MIRANTE, o vereador Diogo Gomes, que detém o pelouro do Urbanismo e Obras Públicas, afirma que já foram dados esclarecimentos aos moradores que reclamam o asfaltamento da Rua do Vale Franco. O município esclarece que dadas as características da estrada, em terra batida, esta é vicinal e está classificada como caminho rural. “Os moradores foram informados que a estrada não é considerada prioridade para asfaltamento, quer por parte do município, quer por parte das três freguesias a que pertence”, refere o autarca.
Diogo Gomes realça que a freguesia da Moçarria, a que detém a maior extensão do caminho, tem procedido à conservação e manutenção da via assim como à limpeza das bermas e valetas, “estando garantida a circulação de veículos”. O autarca acrescenta não ser possível ao município dar resposta a todas as necessidades no imediato. “Aquando do licenciamento das obras particulares as questões das infraestruturas são salvaguardadas junto dos requerentes. De forma sistemática e reiterada a decisão de aprovação destas operações urbanísticas transferiam para o requerente/promotor a garantia da obtenção das infraestruturas à utilização da edificação não estando o município obrigado à execução de qualquer arruamento/redes de águas, iluminação e/ou esgotos, de acordo com o regulamento do Plano Director Municipal”, explica Diogo Gomes.

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