Sociedade | 31-01-2023 21:00

Filipe Rosa perdeu a vida dentro de uma vala em Tomar

Filipe Rosa perdeu a vida dentro de uma vala em Tomar
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Filipe Rosa estava a colocar tubos de saneamento quando uma pedra de grandes dimensões o atingiu

Filipe Rosa, de 66 anos, estava a colocar e a sinalizar tubos de saneamento dentro de uma vala com cerca de três metros de profundidade numa obra da empresa intermunicipal Tejo Ambiente.

Filipe Rosa saiu de casa na Chancelaria, concelho de Torres Novas, sem saber que o dia 19 de Janeiro seria o último da sua vida. Morreu dentro de uma vala no concelho de Tomar, na localidade de Beberriqueira, freguesia de São Pedro, por causa de um desabamento de terras.

Filipe Rosa, de 66 anos, estava a colocar e a sinalizar tubos de saneamento dentro de uma vala com cerca de três metros de profundidade numa obra da empresa intermunicipal Tejo Ambiente. Subitamente foi atingido por uma pedra de grandes dimensões que se desprendeu da terra. A morte foi imediata. O trabalhador, natural do Pafarrão, concelho de Torres Novas, não estava sozinho na altura em que ficou soterrado. Um colega escapou à derrocada por pouco, enquanto um terceiro teve a sorte de nesse momento estar na casa-de-banho.
Filipe Rosa era divorciado e deixa uma filha, que esteve na vala ao lado do pai, já sem vida, antes dos Bombeiros do Município de Tomar terem retirado o corpo. Tinha perdido outra filha para o cancro, a mais nova, quando esta tinha apenas 29 anos. Passou grande parte da sua vida no estrangeiro como trabalhador de construção civil. Esteve em França, Alemanha e Angola antes de regressar a Portugal há uns anos, onde passou a fazer parte dos quadros da empresa Tecnorém.
Apesar de já estar em idade de reforma - faria 67 anos no final de Fevereiro - continuava a trabalhar e nem aos fins-de-semana parava, dedicando-se a pequenas obras particulares para vizinhos e amigos. “Era muito dedicado ao trabalho, mas nem por isso deixou de viver bem”, contou um familiar a O MIRANTE no dia do funeral, em Chancelaria, no domingo 22 de Janeiro. Os familiares de Filipe Rosa esperam que a Tejo Ambiente, dona da obra, e a Tecnorém, empresa à qual a empreitada foi adjudicada, assumam as responsabilidades em relação ao acidente, embora considerem que o mal maior já não pode ser emendado.
As obras encontram-se suspensas por tempo indeterminado. O alerta foi dado às 10h15 e mobilizou 17 bombeiros e oito veículos, para além da Guarda Nacional Republicana. No local estiveram também os técnicos da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

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