Sociedade | 31-01-2023 12:00

Museu do Neo-Realismo mostra imagens dos primeiros tempos da pandemia

Museu do Neo-Realismo mostra imagens dos primeiros tempos da pandemia
Luísa Ferreira e David Santos mostram à comunidade algumas das imagens que marcaram os primeiros momentos da pandemia

Exposição “A Ciência Cura”, da fotógrafa Luísa Ferreira, está patente até 26 de Março em Vila Franca de Xira. São 39 imagens captadas na fase inicial da propagação do coronavírus que causa a doença infecciosa Covid-19.

Incerteza, medo, esperança ou resiliência são alguns dos sentimentos revelados num conjunto de 39 fotografias captadas na fase inicial da propagação do coronavírus que gerou a pandemia de Covid-19 e que podem ser vistas até 26 de Março no Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. “A Ciência Cura” é o título da exposição da fotógrafa Luísa Ferreira que mostra um olhar diferente através da lente da sua máquina fotográfica aos primeiros momentos da pandemia em Portugal.
Luísa Ferreira, que viveu durante anos em Alverca do Ribatejo e confessa ser uma apaixonada pelo Ribatejo, documentou de forma humana um lado diferente da luta contra a pandemia: o da ciência. Percorreu laboratórios e universidades numa aventura de norte a sul do país para mostrar os esforços feitos numa altura de incerteza enquanto o resto do país ficava trancado em casa. “Foi muito intenso, foram muitos dias a fotografar, percorri muitos quilómetros. Eu estava sempre a mudar de máscara e tivemos situações inesperadas, mas felizmente correu tudo bem”, conta a O MIRANTE.
A fotógrafa considera a exposição um elogio às pessoas que trabalharam durante um período de incerteza e como forma de evidenciar o trabalho dos voluntários que na altura se arriscaram em prol de todos. A série fotográfica por encomenda de Manuel Heitor, na altura ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, tinha como objectivo a produção de um livro fotográfico sobre o tema da pandemia. As imagens em exposição foram tiradas na fase inicial da propagação do coronavírus em Portugal durante os meses de Abril e Junho de 2020.
Para David Santos, director científico do Museu do Neo-Realismo, a série fotográfica de Luísa Ferreira mostra que na arte não existem temas negativos. “Este trabalho prova que mesmo num contexto onde o tema não nos diz nada de bom, não se pode deixar de sublinhar a sua qualidade artística”, afirma. A entrada na exposição é gratuita.

Uma máquina em vez de um anel
Luísa Ferreira recorda-se da sua primeira máquina fotográfica que recebeu aos 10 anos. “Pedi muito à minha mãe que me desse a máquina, mas não fotografava muito porque não tinha dinheiro. Apesar disso na altura eu já não queria ter um anel mas sim uma máquina”, recorda. Nascida em Lisboa, Luísa confessa que há alguns anos começou a fotografar o Ribatejo para construir um projecto que acabou por ainda não realizar. “Fotografei muito a zona do rio em Vila Franca de Xira e Alhandra. As lezírias são também locais que gosto muito de fotografar, juntamente com a zona da Recta do Cabo”, sublinha.
Para quem queira começar na arte a fotógrafa não tem dúvidas: é a prática que faz a diferença e por isso é fotografar e nunca desistir, ainda para mais numa altura em que a imagem digital não tem as limitações dos rolos analógicos.

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