Chamusca volta a ser esquecida na lista de colocação de médicos de família
Executivo da Chamusca debateu sobre o facto do concelho ter ficado mais uma vez de fora da lista que vai a concurso público para a colocação de médicos de família. Oposição à maioria socialista pede mais proactividade e intervenção do poder local.
A Unidade de Saúde Familiar da Chamusca (USF), integrada no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria, ficou mais uma vez fora da lista que foi a concurso público para a colocação de médicos de família. A informação foi partilhada em reunião de executivo municipal de 10 de Janeiro. Perante mais uma derrota no que ao acesso a cuidados de saúde diz respeito a oposição à maioria socialista criticou a passividade na forma como tem sido gerido o dossiê.
O vereador Tiago Prestes (CDS/PSD) afirmou que a Chamusca não pode continuar a ser esquecida e que o poder local tem que fazer barulho para o concelho ser respeitado pelas entidades que decidem. “Temos que ter uma postura mais rígida. Situações como esta merecem mais intervenção e proactividade de quem comanda os destinos do concelho”, afirmou Tiago Prestes, dirigindo-se a Paulo Queimado, presidente da câmara. Gisela Matias, vereadora eleita pela CDU, também desafiou o executivo a fazer mais para contornar a situação. “Temos de ser ouvidos. Temos de conseguir falar com quem decide”, afirmou.
A USF da Chamusca (USF) e a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Chamusca (UCSP), servem cerca de oito mil utentes no concelho. A unidade principal já chegou a trabalhar apenas com um médico. Actualmente, segundo apurou O MIRANTE, existem dois médicos a trabalhar para servir toda a população. A falta de médicos no concelho também tem tido repercussões nas freguesias de Ulme, Vale de Cavalos e Parreira, onde estão extensões de saúde sempre, ou quase sempre, sem médico. Na Carregueira, por exemplo, a extensão presta cuidados de saúde à população, mas não garante médico de família para os seus mais de 1.700 utentes.
Recorde-se que entrou em vigor, em Novembro do ano passado, um regulamento de apoio à fixação de profissionais de saúde na Chamusca, à semelhança do que acontece em outros concelhos da região. Um dos objectivos é diminuir a rotatividade de clínicos que tem causado grandes constrangimentos e períodos prolongados de falhas ao nível da prestação de cuidados de saúde à população, que é na sua grande maioria idosa.