Há nove anos à procura do filho que fugiu do hospital
Antigo construtor diz que o filho fugiu da psiquiatria do S. José, em Lisboa, e desde 2013 nunca apareceu uma única pista para onde foi ou o que lhe aconteceu. José Alves Moreira diz que vive uma angústia permanente numa busca por respostas que não encontra.
José Alves Moreira vive numa busca permanente pelo filho que desapareceu há nove anos. Quando vê uma foto num jornal que aparente a fisionomia do filho vai às redacções do jornal. Já foi dezenas de vezes ao Instituto de Medicina Legal quando aparece um corpo que não está identificado. Já andou em bairros problemáticos de Lisboa. Mas não há qualquer pista de onde possa estar ou o que terá acontecido a Fernando José Pereira Moreira desde que no dia 11 de Junho de 2013 fugiu do serviço de psiquiatria do Hospital de S. José em Lisboa.
Era mais um dos internamentos por causa da esquizofrenia dos muitos que teve ao longo de duas dezenas de anos. Quando estava bem o pai levava-o para as obras que estava a fazer. O construtor da zona do Carregado, já reformado, que fez várias obras em Santarém e em Benavente, diz que a sua vida desde 2013 tem sido uma busca ansiosa, uma “angústia permanente por falta de respostas”. José Moreira, 78 anos, já nem conta as vezes que andou a calcorrear a marginal de Lisboa a Cascais, de dia e de noite, com a fotografia do filho no bolso.
Fernando José Pereira Moreira nasceu a 3 de Março de 1972. Tem uma irmã mais velha. Quando fugiu não tinha qualquer documento com ele. O pai acredita que possa estar em algum sítio, alguma instituição, a ajudar pessoas porque ele era muito prestável e de bom coração. O desaparecimento foi comunicado às autoridades. Recolheram amostras de ADN de José Moreira. A conta que o desaparecido tem no banco, diz o pai, não foi mexida durante todo este tempo.
O construtor reformado recorda que 15 dias depois de o filho ter fugido do hospital, apareceu um corpo na Quinta das Torres, em Vila Franca de Xira. Assim que soube a notícia deslocou-se de imediato para o local. E desde essa altura que está atento a tudo o que aparece nos jornais, rádio e televisão na esperança de saber do paradeiro do filho. José Alves Moreira viu numa das edições de O MIRANTE uma pessoa de costas numa fotografia que se assemelhava ao físico que o filho tinha na altura do desaparecimento. E deslocou-se à redacção do jornal em Santarém em busca de alguma pista, na esperança que pudesse ser o filho que procura sem descanso.