Sociedade | 06-02-2023 18:00

Cordão humano em Alverca contra condições degradantes da Saúde

Cordão humano em Alverca contra condições degradantes da Saúde
Utentes estão preocupados com a crescente falta de médicos

Manifestação de protesto foi organizada pelas comissões de utentes de Alverca, Bom Sucesso e Arcena à porta da sede do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo. No concelho de Vila Franca de Xira estão mais de 50 mil pessoas sem médico de família.


A falta de médicos de família em Alverca foi o mote para uma manifestação de utentes na manhã de sábado, 28 de Janeiro, à porta do centro de saúde que é também sede do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo (ACES). O protesto, que incluiu um cordão humano, foi promovido pelas comissões de utentes de Alverca, Bom Sucesso e Arcena e contou também com a solidariedade de outras comissões de utentes da região.
Os utentes quiseram mostrar que não estão prontos para desistir de lutar por um Serviço Nacional de Saúde que preste melhores qualidades de saúde à comunidade. No concelho, recorde-se, há mais de 50 mil pessoas sem médico de família e alguns centros de saúde, como Alhandra e Forte da Casa, nem sequer têm médicos ao serviço. “Desde a última vez que nos juntámos aqui em protesto, a 4 de Novembro de 2022, a situação foi-se agravando”, vinca Sara Rodrigues, da Comissão de Utentes de Alverca.
Durante a acção de protesto foram vários os relatos de utentes que continuam a revelar um cenário de instabilidade nos serviços, com várias pessoas a terem que enfrentar horas de espera ao frio por uma consulta. Muitos utentes são obrigados a deslocar-se aos centros de saúde da Póvoa de Santa Iria ou de Benavente na esperança de conseguirem ser vistos por um médico, o que nem sempre acontece.
“Condenamos as condições degradantes e desumanas que os utentes são obrigados a viver no Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria para uma tão necessária consulta médica. Não existe ainda perspectiva para uma reposição dos médicos em falta e a essa situação acrescenta-se ainda que em situações de doença aguda os utentes dos centros fechados estão a ser encaminhados para o da Póvoa”, explica Daniel Meireles, representante da comissão de utentes da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa.
Maria Pinto, da Comissão de Utentes do Bom Sucesso e Arcena, faz um balanço positivo da adesão das pessoas ao cordão humano organizado. “Esta é a maior iniciativa de manifestação que já fizemos no concelho desde que comecei como representante da comissão de utentes”, elogia.

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