Sociedade | 08-02-2023 21:00

Maus cheiros regressaram ao concelho de Alcanena

Episódio de poluição atmosférica verificou-se nos primeiros dias de 2023 e foi objecto de discussão em reunião de câmara. Autarcas ameaçam sancionar indústrias que não cumpram as regras.

Os maus cheiros regressaram ao concelho de Alcanena no início deste ano. O vereador da oposição na Câmara de Alcanena, José Luís Ramos (PS), pediu esclarecimentos em sessão camarária sobre os maus cheiros sentidos nos primeiros dias de 2023. O vereador Nuno Silva, que é também o presidente do conselho de administração da empresa municipal Aquanena, confirmou que houve situações pontuais relacionadas com o arranque das empresas após uma paragem durante os festejos de Natal e Ano Novo. “Os maus cheiros não estão relacionados com lamas mas sim com sulfuretos, pelo menos nos episódios de que tive conhecimento. Quando as empresas retomam a actividade a situação torna-se recorrente”, explicou o autarca.
Nuno Silva acrescenta que também tem sido recorrente os maus cheiros na zona urbana de Alcanena. “Como os avisos que temos dado parece não estarem a ser suficientes para os maus cheiros pararem, talvez tenhamos que partir para outras situações, com multas, caso as reuniões que temos tido não cheguem”, alertou o vereador.
Em Novembro do ano passado houve um episódio de maus cheiros que durou dois dias, provenientes de uma empresa identificada. Na altura, o presidente da Câmara de Alcanena, Rui Anastácio (PSD/CDS/MPT), avisou, em sessão camarária, que o executivo será implacável com as empresas que não sigam as regras estabelecidas e provoquem maus cheiros. O autarca afirmou não ser tolerável que as empresas não cumpram escrupulosamente com o que estão obrigadas a nível ambiental. “Está em causa não só a saúde das pessoas como a sua qualidade de vida”, sublinhou Rui Anastácio.
O presidente do município afirmou que alguns industriais do ramo do couro já foram convocados para uma reunião com a Aquanena – Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Alcanena – onde foi exigido um melhor tratamento e o cumprimento do regulamento de descarga. “A próxima fase, para quem não cumpra, é a fiscalização municipal às empresas. Foi dada indicação à fiscalização da Aquanena para fazer outro tipo de controlos, como ter atenção se os equipamentos de desodorização estão a funcionar. É preciso ter mais atenção no controlo e fiscalização”, sublinhou Rui Anastácio em Novembro passado.
O autarca explicou ainda que a maioria dos problemas está relacionada com a dessulfurização nas próprias empresas. “Sabemos que, por vezes, não é um processo, do ponto de vista técnico, muito fácil de controlar, mas tem que haver maior rigor e um grande empenho por parte das empresas. E muitas vezes não existe. Seremos implacáveis com as multas que estão em processo para quem não cumprir com as licenças de descargas”, garantiu, na altura, Rui Anastácio.

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