Sociedade | 12-02-2023 15:00

Cidadãos de Ourém questionam adesão do município à futura Unidade de Saúde Local de Leiria

Cidadãos de Ourém questionam adesão do município à futura Unidade de Saúde Local de Leiria
Meia centena de cidadãos foram à reunião de Câmara de Ourém pedir esclarecimentos sobre a possível integração do concelho na futura Unidade de Saúde Local de Leiria

Cerca de 50 cidadãos deslocaram-se à reunião do executivo da Câmara de Ourém preocupados com a possível integração do concelho na futura Unidade de Saúde Local de Leiria e com as mudanças que isso pode implicar na resposta dos serviços de saúde.

Cerca de 50 cidadãos compareceram na última reunião de câmara em Ourém manifestando preocupação e confrontando o executivo municipal com as recentes notícias da integração do concelho de Ourém na futura Unidade de Saúde Local (USL) de Leiria deixando assim o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT).
“Começámos a ver nas redes sociais e em conversas com pessoas. Fomos confrontados com a notícia que a câmara tinha aprovado por unanimidade numa reunião pública a USL de Leiria”, começou por dizer uma habitante da Urqueira, Maria do Rosário, questionando o executivo sobre o porquê dessa decisão. “A USL é criada para a população de Leiria ou de Ourém?”
“A mim parece-me aquela manta em que puxamos para o pescoço e ficamos com os pés de fora”, metaforizou a munícipe, desconfiada em relação à reorganização da saúde no concelho de Ourém. “Desde as últimas autárquicas que ficamos sem muitos médicos de família ou porque se reformaram ou porque meteram atestados”, continuou Maria do Rosário, rematando: “A USL de Leiria vem melhorar a situação?”
Outra habitante do concelho, doente crónica, considerou que com a criação das USL é insituída uma cultura hierárquica de comando e controlo dos hospitais sobre os cuidados de saúde primários. “As Unidades de Saúde Familiar têm demonstrado em todos os estudos dar uma boa resposta aos problemas da população”, continuou Paula Simões, falando depois especificamente do seu caso: “Sempre tive médico de família e hoje não tenho. Sou doente crónica e recebo no telemóvel de uma médica aquilo que preciso para me tratar. Quero saber como é que vou fazer se mudarmos.”
Na resposta, o presidente da câmara foi peremptório em relação às acusações da população. “Isto não é segredo nenhum, aqui é transparente”, referindo-se à mensagem do director executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, sobre a criação de um grupo de trabalho com a missão de elaborar o plano de negócios da futura USL de Leiria.
“Que fique bem claro que não é o município de Ourém nem nenhum município deste país que está a trabalhar neste projecto”, garantiu Luís Albuquerque, explicando: “Uma vez que o nosso hospital de referência é Leiria e não Abrantes fomos abordados por Licínio Carvalho [presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Leiria] para aferir da nossa disponibilidade de integrar a futura USL de Leiria”.
O líder da autarquia explicou que a deliberação de câmara foi no sentido de os cuidados de saúde de Ourém serem “parte ingrante da análise e discussão sobre as potencialidades da possível integração na futura USL”, acreditando que esse é o caminho a seguir para que as condições de atendimento à população sejam melhoradas.
A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria divulgou em Outubro do ano passado uma proposta endereçada ao ministro da Saúde para a criação de uma ULS na região de Leiria, incluindo os concelhos de Alcobaça, Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Nazaré, Ourém, Pedrógão Grande, Pombal, Porto de Mós e Soure.
Já em Dezembro o director executivo do Serviço Nacional de Saúde, antes mesmo de estar em plenas funções, emitiu uma deliberação para a criação de um grupo de trabalho com a missão de elaborar o plano de negócios da futura ULS de Leiria, E.P.E. dando a sua criação como um facto consumado.

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