Oposição à maioria socialista questionou presidente sobre pertinência da aquisição numa altura em que o aumento da inflação é o assunto da ordem do dia.

A Câmara da Chamusca procedeu ao aluguer de um BMW IX3 Sport, em sistema de renting, por consulta prévia, que vai custar aos cofres municipais mais de 30 mil euros até 2025, ano em que Paulo Queimado terá obrigatoriamente de deixar a liderança do executivo municipal por acumulação de mandatos. O aluguer foi concedido à empresa Kinto Portugal, com sede em Vila Nova de Gaia. O município vai ter de pagar 4.748,58 euros em 2022, 9.497,16 euros em 2023, 9.497,16 euros em 2024 e 4.748,58 euros em 2025 sendo que a estes valores acresce o IVA à taxa legal em vigor.
Embora o presidente da autarquia utilize o automóvel no seu dia-a-dia há vários meses o assunto só foi tornado público na reunião de executivo de 24 de Janeiro depois da vereadora Gisela Matias, no período antes da ordem do dia, ter questionado Paulo Queimado sobre o que significava aquele contrato. O autarca respondeu afirmando que se trata do aluguer de um carro de elevada eficiência energética que, embora seja do município, é utilizado por si. Gisela Matias voltou à carga perguntando se é uma boa altura para gastar cerca de mil euros mensais com o aluguer de um automóvel. Paulo Queimado reforçou que o carro é 100% eficiente e que compensa o gasto com o seu aluguer.
Segundo o site da BMW, o IX3 é a versão eléctrica do popular SUV X3, sendo quase tudo igual, à excepção da linha motriz, que inclui um motor eléctrico com 286 cavalos e uma bateria de 80 kWh, capaz de oferecer uma autonomia de até 460 quilómetros.

Telemóveis de luxo também foram assunto
No início do ano de 2022 O MIRANTE noticiou o facto da Câmara da Chamusca ter comprado, durante o período de Natal, dois telemóveis (smartphones) para o seu presidente e vice-presidente que custaram cerca de quatro mil euros mais IVA. Paulo Queimado e Cláudia Moreira compraram telemóveis iguais, da marca sul-coreana Samsung, com o custo de cerca de dois mil euros cada um. Ao que O MIRANTE conseguiu apurar os autarcas continuam a utilizar os telemóveis. Na altura, os gastos exagerados em telemóveis de alta gama para uso pessoal e profissional, com o dinheiro da autarquia, foram motivo de conversa entre funcionários da câmara e população da Chamusca.