Sociedade | 18-02-2023 10:00

José Manuel Nogueira: morreu o médico que era um exemplo de inconformismo

José Manuel Nogueira: morreu o médico que era um exemplo de inconformismo
José Manuel Nogueira (à direita, em cadeira de rodas) durante uma homenagem em Santarém, em Abril de 2017

O médico José Manuel Nogueira morreu na terça-feira, 14 de Fevereiro, aos 93 anos. Era natural de Azóia de Baixo, concelho de Santarém, e fez carreira em Santarém, onde era figura bastante conhecida e estimada. Diagnosticado com poliomielite aos dois anos não se resignou à doença e teve uma vida cheia, pautada pelo optimismo e resiliência.

O médico José Manuel Nogueira morreu na terça-feira, 14 de Fevereiro, aos 93 anos. Natural de Azóia de Baixo, concelho de Santarém, nasceu a 26 de Dezembro de 1929 no seio de uma família de pequenos agricultores. Fez toda a sua vida profissional em Santarém, onde era bastante conhecido e estimado. A poliomielite que lhe diagnosticada aos dois anos de idade nunca foi um entrave.
Apesar de todas as dificuldades que existiam após a Segunda Guerra Mundial os seus pais nunca regatearam esforços para lhe dar a educação que sabiam ser fundamental para o futuro. No antigo Liceu de Santarém travou amizade com Joaquim Veríssimo Serrão, Leonardo Ribeiro de Almeida, Mário Costa e Edmundo Vaz Mourão, entre outras figuras da cidade e da região. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, onde fundou uma república de estudantes e foi dirigente académico.
A Câmara de Santarém assinalou os 50 anos de carreira do médico José Manuel Nogueira, em Janeiro de 2009 com a instalação de uma estátua em sua homenagem junto às instalações da Liga dos Amigos do Hospital de Santarém, de que foi um dos impulsionadores. Foi durante muitos anos médico no Hospital de Santarém. Teve quatro filhos.
Em Abril de 2017 José Manuel Nogueira foi também homenageado numa Assembleia de Investigadores do Centro de Investigação Professor Joaquim Veríssimo Serrão, onde O MIRANTE esteve presente. O filho mais velho, João Pedro Nogueira, também médico, descreveu assim o progenitor: “O nosso pai é um animador, optimista, sempre entusiasmado com a vida, conhece o lado positivo de tudo, gosta de festejar, é corajoso. É uma pessoa de muita energia e capacidade e com uma vontade indomável de andar para a frente e de nunca recuar”.
Em criança o pequeno José Manuel sempre que ia às consultas médicas a Lisboa dizia que um dia ia ser médico. O médico que o seguia respondia-lhe, “com ar paternalista e incrédulo”, que para isso tinha que estudar muito e teria que conseguir entrar na faculdade. “Naquela época não bastava estudar muito e ir para a faculdade. Era também preciso ultrapassar todas as dificuldades que o peso da doença que o acompanhava desde os dois anos tinha. Se, naquela altura, esta doença era mais um sinónimo de conformismo, a verdade é que o nosso pai, pelo seu exemplo, mostrou sempre o contrário, ou seja, que a resignação não faz parte do seu vocabulário”, recordou também João Pedro Nogueira.

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