Sociedade | 20-02-2023 12:00

Jornais são a base da formação intelectual e da democracia

Jornais são a base da formação intelectual e da democracia
Executivo da Câmara de Santarém no banco do Expresso no Jardim da Liberdade com João Vieira Pereira e Francisco Pedro Balsemão

O Expresso inaugurou no Jardim da Liberdade, em Santarém, a exposição das 50 capas que marcam os 50 anos do jornal. Durante a inauguração falou-se da importância do jornalismo e dos jornais na democracia e na formação intelectual das pessoas.

“Continuo a achar que os jornais em papel vão ter muitos anos pela frente”. A afirmação é de João Vieira Pereira, director do Expresso, partilhada durante a inauguração da exposição das 50 capas que marcam os 50 anos do jornal, no Jardim da Liberdade, em Santarém. “Muito se fala do fim dos jornais em papel, algo em que não acredito. Sabemos que hoje os jornais se fazem de maneira diferente, mas o jornalismo continua a ser fundamental para um Estado democrático e livre”, sublinha João Vieira Pereira.
Defendendo a mesma ideia, Joaquim António Emídio, director-geral de O MIRANTE, olha para os jornais (e livros) como essenciais para a democracia e para a formação intelectual das pessoas. Joaquim António Emídio assume que é um desafio ter um jornal nas bancas todas as semanas. Diz que o trabalho e a estratégia são factores essenciais para continuar a informar a população e fazer serviço público de proximidade. “Os leitores existem e recuperam-se porque o livro e o jornal vão ser sempre a base da formação intelectual e da democracia. Há alturas em que as balas magoam, mas a solução é trabalhar e seguir em frente”, refere.
Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa, também olha para o trabalho dos jornais, em particular do Expresso, como fundamentais para uma sociedade com princípios e valores democráticos. “Santarém é a terra da Liberdade por excelência. O Expresso tem sido um dos grandes paladinos da liberdade de expressão e de imprensa. Teve um arranque difícil por causa da ditadura e do PREC (Processo Revolucionário Em Curso), mas tem conseguido demonstrar que é possível crescer e vencer os desafios da comunicação social, nomeadamente o da transição digital, onde temos feito um excelente caminho”, vinca.
Para além da exposição com as 50 capas foi também inaugurado um banco único, desenhado especialmente para celebrar o meio século de vida do jornal. Mónica Balsemão, directora de Marketing, Comunicação e Criatividade, e David Dinis, director-adjunto do Expresso, também marcaram presença na inauguração. Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara de Santarém, e parte do executivo municipal receberam os responsáveis do jornal e acompanharam-nos durante toda a iniciativa.

50 anos do Expresso foram pretexto para uma conversa, na Sala de Leitura Bernardo Santareno, sobre como é fazer jornalismo e a importância da credibilidade da informação

Fazer jornalismo também é lidar com pressões e ameaças

As comemorações dos 50 anos do Expresso foram o pretexto para uma conversa, em Santarém, onde se falou do que é fazer jornalismo, das pressões dos poderes e da importância da credibilidade e certificação da informação numa época em que circula muita informação falsa que se faz passar por notícia.

Quem tem a missão de escrutinar o poder e informar o público sabe que as pressões e ameaças fazem parte da profissão e que devem ser encaradas com normalidade. É por isso que o director do Expresso, João Vieira Pereira, assinala duas características fundamentais para se ser jornalista: a curiosidade, “que é importantíssima”, e a perseverança para saber lidar com as pressões.
As comemorações dos 50 anos do Expresso foram o pretexto para uma conversa, em Santarém, que juntou, além de João Vieira Pereira, um dos directores-adjuntos do Expresso, David Dinis, e o director-geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio, que salientou a parceria de muitos anos com o Expresso e, com humor, deu um exemplo das diferenças entre o jornalismo regional e o que se faz na capital. “Desde logo, uma diferença é que eles recebem telefonemas do primeiro-ministro e eu não”, declarou, referindo que a profissão de jornalista dá muito trabalho e deve ser exercida com desprendimento.
O poder nem sempre lida bem com o escrutínio jornalístico e quem trabalha com notícias sabe que está sujeito a lidar com pressões, mais ou menos veladas, e mesmo com ameaças. Isso mesmo confirmaram os três oradores: João Vieira Pereira disse ter sido alvo de ameaças, inclusive físicas, quando investigava o caso BES; David Dinis recebe telefonemas do primeiro-ministro; e Joaquim António Emídio recordou a história de um antigo governador civil que por não ter gostado de uma notícia que o envolvia pressionou os dirigentes de alguns organismos desconcentrados do Estado para não contratarem publicidade com o MIRANTE.

“Procurem ler informação credível”
Na conversa relevou-se também a importância da credibilidade e certificação da informação numa época em que nas plataformas digitais circula muita informação falsa que se faz passar por notícia. Com os olhos postos numa turma de jovens do 12 º ano da Escola Secundária Ginestal Machado o director do Expresso deixou o conselho: “Procurem ler informação credível. As pessoas têm que perceber quem escreveu aquilo e quem partilhou aquela informação”, disse João Vieira Pereira, sublinhando, como exemplo, que a criação de imagens e de vídeos falsos é uma realidade que está a tornar-se banal.
No mesmo sentido pronunciou-se David Dinis tendo em conta que os jovens procuram informação sobretudo nas redes sociais, com o Instagram à cabeça, como se comprovou por uma rápida sondagem entre os estudantes presentes na sessão, que decorreu na tarde de quinta-feira, 9 de Fevereiro, na Sala de Leitura Bernardo Santareno. “As redes sociais são importantes para se manterem informados e quanto mais informados estiverem melhor preparados estarão para os desafios que vão enfrentar”, disse.

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