Sociedade | 22-02-2023 10:00

Serviço de autópsias da Lezíria desviado para Torres Novas

Serviço de autópsias da Lezíria desviado para Torres Novas
Até ao final do ano decorrem as obras na morgue do Hospital Distrital de Santarém para instalar gabinete médico-legal e alargar serviço de anatomia patológica

As obras na morgue e sala de autópsias do Hospital de Santarém, para juntar no mesmo local as perícias em cadáveres e as perícias em pessoas vivas, ordenadas pela justiça, obrigaram a uma alternativa para as autópsias, que foi usar o serviço desactivado do Hospital de Torres Novas.

A situação vai manter-se até final deste ano, quando se prevê que o gabinete médico-legal, esquecido durante anos, fique instalado definitivamente. O hospital está também a investir no mesmo local na modernização e alargamento da anatomia patológica.

As autópsias aos cadáveres da zona da Lezíria do Tejo estão a ser feitas em Torres Novas até ao final do ano. A situação deve-se ao facto de a sala de autópsias e morgue do Hospital de Santarém ter entrado em obras para unificar o Gabinete de Medicina Legal, juntando as perícias em mortos, feitas no hospital, e as perícias em pessoas vivas, que estão a realizar-se na Misericórdia. As obras estavam previstas desde a criação há dois anos do gabinete, o último que faltava instalar nas capitais de distrito e que esteve quase sete anos à espera da assinatura de um protocolo.
A decisão de usar-se a sala de autópsias e a morgue do Hospital de Torres Novas deve-se ao facto de estes espaços estarem sem utilização. Em Santarém continua a funcionar o equipamento de conservação, onde são guardados os corpos que ainda não têm indicação de autópsia por parte do Ministério Público até serem transportados para o hospital do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Mas os que já estão indicados para autópsia e que não morrem no Hospital de Santarém seguem, segundo está determinado, directamente para Torres Novas.

Críticas de juiz presidente de Santarém fez avançar processo
A criação do Gabinete Médico-Legal e Forense da Lezíria do Tejo só começou a andar quando em Janeiro de 2019 a então ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, foi confrontada com as críticas do então juiz presidente da Comarca de Santarém. Luís Miguel Caldas disse na inauguração do novo Tribunal de Almeirim que a situação estava a prejudicar a celeridade da justiça. Dias depois já havia responsáveis do ministério à procura de instalações para albergar a área administrativa e as perícias em pessoas vivas.
Em menos de um ano foi assinado o protocolo para o INMLCF utilizar as instalações do hospital para as perícias em cadáveres. A antiga secretaria da Misericórdia de Santarém, no Largo Cândido dos Reis, foi adaptada para a realização de perícias em vivos. O gabinete depende da delegação do Sul e abrange dez municípios: Alcanena, Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém.
Em Abril, quando se escolheu as instalações da Misericórdia, o presidente do INMLCF, Francisco Corte Real, disse a O MIRANTE que a criação do gabinete da Lezíria permite a realização das perícias médico-legais e forenses de uma forma organizada, expedita e de acordo com os padrões nacionais em vigor nesta área.

PSP acompanha transporte de cadáveres
Os corpos que têm de ser transportados de Santarém para Torres Novas são acompanhados pela PSP de Santarém. Alguns polícias estão descontentes com a situação porque esse serviço está a ser feito pelas patrulhas de serviço deixando a cidade com menos meios operacionais.

Hospital com melhores condições na Anatomia Patológica

O Hospital de Santarém aproveitou as obras para a instalação do Gabinete Médico-Legal para requalificar todo o serviço de anatomia patológica, que vai ser alargado. Todo o espaço vai ser modificado ficando de um lado o gabinete e do outro o serviço hospitalar, ligados por um corredor. O espaço vai crescer com a criação de gabinetes que vão ser construídos na parte lateral à urgência pediátrica. No conjunto, os trabalhos vão custar cerca de dois milhões de euros a que acresce o IVA.
A anatomia patológica é uma especialidade médica que analisa órgãos, tecidos, células e fluidos corporais, com o objectivo de estudar e identificar doenças.

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