Sociedade | 25-02-2023 18:16

Donos da Fabrióleo alvo de buscas em megaoperação que envolve herdade em Almeirim

Com o encerramento da Fabrióleo ficaram abandonados 13 depósitos com águas contaminadas no interior da fábrica, no concelho de Torres Novas

António e Isabel Gameiro, assim como os filhos que são donos de uma fábrica de tratamento de óleos semelhante à que laborava em Torres Novas foram alvo de buscas domiciliárias. Megaoperação está relacionada com crimes de poluição na Herdade do Salgueiral e falsificação de guias de transporte.

A Guarda Nacional Republicana (GNR), através da sua estrutura de investigação criminal e Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SPNA) realizou buscas domiciliárias à residência de António e Isabel Gameiro, proprietários da Fabrióleo, empresa localizada em Carreiro da Areia no concelho de Torres Novas que o Estado encerrou em 2018. As buscas fizeram parte de uma megaoperação por crime de poluição e falsificação de documentos, realizada nos dias 16 e 17 de Fevereiro nos distritos de Santarém, Setúbal, Évora e Lisboa, que para já culminou com apreensões e detenção de um homem de 40 anos por poluição e posse de arma proibida, no concelho de Almeirim, que após o primeiro interrogatório saiu em liberdade com termo de identidade e residência.

Depois de terem sido denunciados crimes ambientais na Herdade do Salgueiral, em Almeirim, envolvendo um grupo empresarial e descargas tóxicas para o meio-ambiente a revista Sábado, avançou que a megaoperação incidiu em 14 locais, entre os quais, a herdade, residências em empresas do grupo, incluindo três que pertencem à família Gameiro da Silva, dona da herdade. As empresas são a Extraoils, que tal como a antiga Fabrióleo transforma óleos vegetais usado em Vendas Novas, a Copalcis, que efectua lavagem de cisternas e a empresa de transportes Caltransvia, ambas sediadas no concelho de Alenquer.


Retiradas amostras ao solo e líquidos suspeitos de contaminação

De acordo com a GNR durante a operação, tal como O MIRANTE já tinha noticiado, foram recolhidas amostras de solo e de líquidos para análise e apreendido diverso material, nomeadamente: dois veículos pesados; três cisternas; 12 armas de fogo; 822 munições; dois carregadores; uma besta; 14 telemóveis; 16 discos externos; 19 computadores; duas mangueiras de descarga; um gravador de videovigilância. As várias amostras de solo e de líquidos suspeitos de contaminação foram recolhidas pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) e pelo Núcleo de Apoio Técnico (NAT) de Santarém, para serem submetidas a análise laboratorial.

*Notícia desenvolvida na próxima edição semanal de O MIRANTE

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